Novembro Roxo: mães revelam os desafios de acompanhar filhos prematuros no Hospital da Mulher

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Novembro Roxo: mães revelam os desafios de acompanhar filhos prematuros no Hospital da Mulher

 A atividade, realizada na última sexta-feira, integrou a programação da Semana da Prematuridade

Foto: Fátima Brandão

Em uma roda de conversa marcada por emoção e acolhimento, profissionais de saúde e pacientes do Complexo Materno-Infantil do Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher) compartilharam experiências sobre os desafios da internação prolongada. A atividade, realizada na última sexta-feira, integrou a programação da Semana da Prematuridade, fortalecendo os laços entre mães que convivem com a rotina hospitalar e aquelas que já passaram por essa jornada.

O encontro reuniu mães que já tiveram alta após longos períodos no Método Canguru e mães que seguem internadas. A atividade foi conduzida por Emilly Mendonça, coordenadora da Casa da Puérpera e da Unidade de Cuidados Intermediários Método Canguru (UCIMca).

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Segundo ela, momentos como esse permitem que as acompanhantes "escutem, acolham e cuidem umas das outras". "Ao conhecerem as experiências de outras mulheres e filhos, elas encontram apoio mútuo e inspiração para enfrentar os desafios desse processo. Esses relatos se tornam fonte de coragem e motivação", destaca Emilly.

Relatos que emocionam

Durante a roda de conversa, lágrimas e afeto se misturaram. As histórias das mães de prematuros reforçaram a importância do apoio emocional e da rede de cuidado construída dentro do hospital.

Andreza Almeida Pereira, 29 anos – Guarda Municipal

Moradora da Rua Nova, Andreza passou 15 dias internada após o nascimento do pequeno José Henrique, com 34 semanas e dois dias.

"Foi tudo muito inesperado. Um turbilhão de sentimentos — medo e alegria ao mesmo tempo. Mas desde a recepção, senti um cuidado especial. Com o passar dos dias, fui percebendo o carinho dos profissionais, e isso me deu confiança."

Mariana Rocha Cerqueira, 24 anos – Recepcionista

Residente na Lagoa Grande, Mariana está há um mês e 18 dias na UCINca acompanhando a filha, que nasceu com 1.748g.

"Meus sentimentos evoluem a cada alteração na saúde dela. Ela passou pela UTI Neonatal, depois pelo berçário e agora está no método canguru até ganhar peso para irmos pra casa", relata emocionada a mãe de primeira viagem.

Jéssica Silva Araújo – Empregada doméstica

Moradora do bairro Aviário, Jéssica permaneceu mais de 30 dias internada com a filha Ayla Vitória, que nasceu com 1.300 kg.

"Essas atividades quebram a rotina do hospital e fortalecem vínculos. O que mais marcou foi perceber que compartilhamos medos, inseguranças e esperanças semelhantes."

Jéssica destaca que a maternidade, no contexto da prematuridade, transformou sua vida:
"Descobri minha força como mãe. Aprendi a valorizar cada pequeno avanço e encontrei um propósito maior: apoiar outras mães que passam por essa experiência tão desafiadora."

Desafios da prematuridade

De janeiro a outubro de 2025, o Hospital da Mulher registrou 6.740 nascimentos, sendo 11,7% prematuros. No momento, a UTI Neonatal do Complexo Materno-Infantil cuida de sete bebês internados.

A coordenadora do setor, Layze Sampaio, explica que os desafios da prematuridade recaem não apenas sobre as famílias, mas também sobre a equipe multiprofissional.

"Nosso papel é oferecer suporte emocional, acolhimento e informações claras. Isso alivia o sofrimento, ajuda na construção do vínculo mãe-bebê e fortalece a segurança das mães para o cuidado após a alta."

Ela destaca ainda a importância das orientações práticas. "Ensinamos desde a troca de fraldas até a limpeza do umbigo. Incentivamos o contato precoce com o recém-nascido — mesmo que apenas um toque na incubadora — para reconstruir o vínculo afetivo."

Prematuridade no mundo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que um em cada dez bebês nasce prematuro e que, a cada 40 segundos, um prematuro perde a vida.

Diante desse cenário, a Fundação Hospitalar de Feira de Santana tem investido na melhoria da infraestrutura, na chegada de novos equipamentos e na capacitação contínua das equipes do Hospital da Mulher, para garantir cuidado humanizado e fortalecer vínculos entre mães e filhos. 

 

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Quarta, 26 Novembro 2025

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