'Sou feliz e me sinto bem comigo mesmo', diz feirense que vive com vitiligo

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'Sou feliz e me sinto bem comigo mesmo', diz feirense que vive com vitiligo

O vitiligo causa a perda da coloração da pele

Crédito: Acervo pessoal

Em Feira de Santana, o agente de endemias Barnabé Serafim, de 57 anos, convive com o vitiligo desde o seu nascimento, que se espalhou pelo corpo durante a sua fase adulta. Ele e mais de 1 milhão de pessoas são portadoras da doença no Brasil. O vitiligo causa a perda da coloração da pele, devido a diminuição ou ausência de melanócitos, que são as células que produzem melanina, que pigmenta a pele.

Com a entrada da participante Natália Deodato, no reality show Big Brother Brasil (BBB 22) da Rede Globo, tem gerado debates sobre a doença, que não é contagiosa, mas autoimune e que gera manchas brancas pelo corpo de quem é portador do o vitiligo. Nas redes sociais, surgiram piadas sobre a doença, mas ao mesmo tempo surgiram pessoas para defender aqueles que têm vitiligo.

O vitiligo também costuma ser hereditário, ou as pessoas podem desenvolvê-lo espontaneamente. Barnabé lembra que seus pais notaram que as manchas em seu corpo eram semelhantes às de um parente próximo. "Quando eu tinha dois anos de idade, meus pais e meus tios falavam que eu tinha uma doença parecida com uma tia por parte de pai, com algumas pintinhas nos pés e joelho. Mas, como era criança não tinha noção do que se tratava, depois de grande que soube o que era vitiligo", explicou.

Traumas físicos e emocionais podem estimular o aparecimento das manchas ou agravar as manchas existentes. Barnabé recorda que a doença se espalhou pelo corpo quando era casado e tinha 30 anos, época em que sua casa estava em processo de construção. Devido a falta de profissionalismo do servente de obra, ele se estressou e isso afetou seu emocional. "A partir deste momento, as manchas começaram a aumentar no meu rosto, nos braços, nas pernas e pelo restante do corpo. Como nunca tive preocupação, fiquei quieto e não fiz nenhum tratamento", relato.

TRANQUILIDADE

Barnabé diz que vive tranquilamente com a vitiligo e que nunca sofreu algum tipo de julgamento da sociedade. "Isto nunca me atrapalhou, e sou sincero em dizer. O único incômodo que tenho é controlar a minha exposição no sol, principalmente quando jogo bola pela manhã. Uso bastante protetor solar para aliviar a dor".

Sobre a participação de Natália Deodato, BBB 22, Barnabé enxerga como uma grande oportunidade para as pessoas com vitiligo se sentirem representadas e valorizadas perante a sociedade. Quando ele encontra alguma pessoa também portadora da doença, dá bons conselhos de aceitação. "Gostei da participação dela no programa porque a população procura saber do que se trata a doença e entende que a pessoa também é normal como qualquer outra. Uma vez encontrei uma mulher com vitiligo, e ela tinha vergonha de sair na rua. Conversei com ela e disse para não sentir medo e a orientei aprender a conviver com a doença assim como eu convivo. Ela seguiu meu conselho e parou de ter vergonha de si mesmo", disse.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, mais de um milhão de pessoas são portadoras do vitiligo no país. A doença pode surgir em qualquer idade, mas é mais frequente até os 20 anos. Em entrevista ao Jornal Folha do Estado, o dermatologista Lucas Fernandes, explicou que o tratamento do vitiligo depende do grau de acometimento da doença. "Áreas do corpo com manchas se trata com medicações tópicas, que são cremes e pomadas por exemplo. Também pode utilizar comprimidos para tratamentos orais, sessões de fototerapia quando expõe o paciente à luz. Os mais modernos são as promessas de imunobiológicos, que são medicações que mexem diretamente no sistema imunológico. Quanto mais cedo iniciar o tratamento maior a chance de alcançar bons resultados", explicou.

Ainda de acordo com o dermatologista, a sociedade ainda tem preconceito com pessoas portadoras de vitiligo por falta de informações da doença. "Tem diminuído, mas ainda existe. Algumas pessoas ainda acham que é uma doença transmissível, e não é, mas é de fato uma doença muito estigmatizada. O paciente que passa a desenvolver o vitiligo sofre porque acredita que vai ter as manchas disseminadas pelo seu corpo. Em casos como esse, são pacientes que não trataram ou uma exceção de pacientes que trataram e não tiveram boas respostas". 

 

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Segunda, 20 Mai 2024

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