Operação USG revela estrutura milionária de corrupção na Saúde Pública; 9 suspeitos foram presos

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Operação USG revela estrutura milionária de corrupção na Saúde Pública; 9 suspeitos foram presos

Entre os presos está um vereador, dois ex-secretários de Saúde e outros investigados ligados ao esquema, como médicos e empresários do setor.

A Polícia Civil da Bahia, por meio do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD) e da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), deflagrou, na manhã desta terça-feira (18), a segunda etapa da "Operação USG". 

A ação, que investiga o desvio de recursos públicos na área da saúde, resultou na prisão de nove suspeitos, entre eles um vereador, dois ex-secretários de Saúde e outros investigados ligados ao esquema, como médicos e empresários do setor. As equipes da Polícia Civil cumprem mandados em Formosa do Rio Preto, na Bahia, e nas cidades de Corrente e Bom Jesus, no Piauí.

Os trabalhos continuam em andamento, com policiais ainda realizando buscas em endereços ligados ao grupo. Veículos, bens patrimoniais, documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos ao longo do dia estão sendo contabilizados pelas equipes, que seguem no levantamento do material. 

As diligências ocorrem em residências de médicos, ex-secretários municipais de saúde, agentes políticos e clínicas que mantinham contratos com municípios, todos suspeitos de envolvimento no esquema criminoso já identificado pela investigação, que desviou mais de R$ 12 milhões dos cofres públicos.

As investigações revelam a existência de uma estrutura criminosa voltada para o desvio de verbas da saúde pública. O núcleo central da organização era formado pelos ex-secretários municipais que, com o auxílio de familiares e empresários, controlavam contratos de clínicas e laboratórios credenciados pelos municípios. 


Entre os envolvidos estão médicos apontados como sócios formais de empresas de fachada e diretores hospitalares responsáveis por validar procedimentos jamais realizados. Relatórios técnicos identificaram que clínicas credenciadas figuravam entre as utilizadas para viabilizar o esquema.

O mecanismo de fraude incluía a emissão de exames, plantões e atendimentos fictícios, além de lançamentos totalmente incompatíveis com a dinâmica assistencial do município. Uma das irregularidades identificadas foi a quantidade de ultrassonografias, considerada nove vezes superior à média regional. Também foram constatados exames superfaturados, valores de medicamentos acima do teto da Anvisa, duplicidade de lançamentos e notas fiscais utilizadas para mascarar serviços inexistentes.

Cerca de 80 policiais participam da operação por meio do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD) ,da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), da 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Barreiras/BA) e das equipes da Polícia Civil do Piauí.

A deflagração desta nova fase ocorre após a análise de documentos e mídias apreendidos na primeira etapa da Operação USG, realizada em dezembro de 2024, que revelou elementos suficientes para aprofundar as apurações e identificar a participação de novos envolvidos.
 

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Terça, 18 Novembro 2025

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