Gramática das Pedras (editora Patuá, R$ 40) foi o livro de estreia de Fabrício Oliveira na literatura oficial, em dezembro de 2020. A obra, dividida em 5 capítulos que se completam, reúne poemas escritos ao longo dos últimos 5 anos. No livro, ele busca brincar com as palavras, criar imagens inusitadas, muitas até aterradoras. "Um livro sobre a vida. Um livro sobre a morte", resumiu.

Entre poemas de vida e de morte, o que se sabe é o livro fez sucesso que surpreendeu as expectativas mais otimistas do autor. A obra se agigantou de tal maneira, que rompeu os limites do município onde mora, Santo Estêvão, e chegou a diversas partes do Brasil e até mesmo fora dele, como na Espanha e outros países.

Entretanto, um ano depois, o autor surpreende seus leitores e, em entrevista exclusiva ao Professor Repórter/Jornal Folha do Estado, ele ao anunciou a sua segunda obra: "Viração", já está pronta. Quando questionado sobre o título da nova coletânea, Fabrício explicou: "Viração é o nome de um dos bairros aqui de Santo Estêvão onde meus bisavós foram morar depois de casados e eles são as personagens principais do livro", que será lançado em 2022 em data ainda a ser divulgada.

Novas páginas

Fabrício, podes adiantar alguma coisa para saciar a curiosidade dos seus leitores? "Posso sim. Pouca coisa, mas posso", respondeu ele. "É um livro sobre ancestrais, sobre sertão, sobre personagens importantes para a cidade de Santo Estêvão. Personagens como parteiras, mães de santo, agricultores etc. É um livro que se confunde com a história de Santo Estêvão. Um livro de poesia", adiantou o autor que é mestrando em Estudos Literários, na UEFS, onde também graduou-se em Letras Vernáculas.

Sobre a ideia de atingir leitores e, por meio da poesia, ligar-se a eles, Fabrício conta que isso tem a ver com as influências que teve. "São muitas", disse. Entre elas, uma de maior grandeza, o também consagrado poeta Roberval Pereyr, seu ex-professor. "Depois das aulas com o professor e poeta Roberval Pereyr. Antes de conhecê-lo, eu escrevia por escrever. Mas, não tinha pretensão nenhuma. Foi ele quem me incentivou a seguir escrevendo. Em cinco anos, surgiu o Gramática das Pedras", lembrou.

O consagrado poeta, então, retribuiu: "Acompanho de perto a produção de Fabrício Oliveira, desde os primeiros poemas, e, posso afirmar, tratar-se de um poeta que, ainda em formação, apresenta um talento incomum e nos acena com grandes promessas. Fabrício Oliveira, neste livro de estreia, diz-nos com ênfase que é um dos que chegam para ficar. Gratificados, dizemos: sim! E que o tempo possa confirmá-lo".

Em sua rede social, Fabrício publicou na última quarta-feira (29), o contentamento que teve ao receber a proposta de ter sua obra traduzida para o alemão. "A antologia", dizia o comunicado, "sairia, a princípio, em novembro de 2022, em uma edição bilíngue e com ilustradores internacionais". "Gramática das Pedras chegou a Paris, capital da França. E, em 2022, alguns poemas meus serão traduzidos para a língua alemã, por Leonardo, professor na Sorbonne Université - Faculté des lettres."

Lançando o olhar sobre si mesmo, Fabrício escreveu: "O que ocorre é que determinado tema me inquieta, me cutuca, me atormenta; então para me livrar dessa agonia, eu me sento diante duma folha em branco. Aí escolho a primeira palavra e, partir dela, vai nascendo o poema. O poema é uma pedra deformada, cabe ao poeta pegá-la e lapidá-la ao seu modo. Claro que, depois da lapidação surge, sim, uma inspiração que também é fruto de leituras que nos acompanham sempre".