Entregue no final da segunda-feira (20), o Plano de Recuperação Judicial da varejista Americanas inclui aporte de R$ 10 bilhões assegurado pelos acionistas principais, venda de ativos que totalizam R$ 2 bilhões, emissão de debêntures e um prazo até 2043 para a liquidação de dívidas maiores. A proposta foi protocolada na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde a recuperação da rede foi aprovada, em 19 de janeiro deste ano.

Neste processo, o grupo liderado pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira reconhece R$ 43 bilhões em dívida total, junto a 16,3 mil credores. A cifra inclui os cerca de R$ 20 bilhões não contabilizados e revelados em 11 de janeiro, fato que desencadeou a crise no grupo.

A Americanas S.A., grupo ao qual estão vinculadas as Lojas Americanas, pretende se desfazer de uma aeronave avaliada em cerca de R$ 40 milhões, de uma rede voltada a hortifruticultura, a Natural da Terra, e da participação no Grupo Uni.Co, que inclui empresas como a Imaginarium. A empresa prevê a emissão de debêntures simples, que são títulos de dívida, no valor de até R$ 5,9 bilhões e também pretende emitir debêntures conversíveis em ações.

O plano apresentado foi aprovado pelo Conselho de Administração, mas pode sofrer ajustes. Na repactuação da dívida, a Americanas pretende pagar credores trabalhistas, microempresas e empresas de pequeno porte em até 30 dias após a homologação da recuperação judicial. Nos demais casos, depende do montante a pagar. Para aqueles que não optarem pelas alternativas expostas – redução do valor ou troca por ações, por exemplo – o parcelamento vai até março de 2043. 

Com informações do G1.