A imposição de tarifas de até 50% sobre exportações brasileiras pelos Estados Unidos, agora oficialmente em vigor, acende um alerta na economia da Bahia. O estado, que tem os EUA como um dos principais parceiros comerciais, pode sofrer impactos significativos em setores como petróleo, ferro, celulose, grãos e frutas. A medida já causa instabilidade no mercado e preocupação entre produtores e autoridades.

Segundo matéria publicada no Jornal A Tarde, um dos setores mais afetados é a fruticultura, especialmente a exportação de mangas do Vale do São Francisco. A Bahia estava pronta para enviar cerca de 2.500 contêineres da fruta neste mês, mas a desvalorização do produto já compromete os embarques, mesmo a manga não estando entre os itens tarifados. O prejuízo estimado para o setor de alimentos chega a US$ 71 milhões (cerca de R$ 400 milhões).

Com a medida, estima-se uma queda de 5,4% nas exportações baianas, o que representa US$ 643,5 milhões a menos em vendas externas. A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) calcula que o impacto total no PIB estadual possa atingir R$ 1,8 bilhão, afetando diretamente a geração de empregos e renda em diversos setores produtivos.

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O temor de demissões em massa já é real entre os mais de 3 mil fruticultores baianos, que enfrentam dificuldades para redirecionar suas produções a outros mercados em tempo hábil. Enquanto commodities como café e celulose ainda encontram novos destinos, frutas perecíveis não possuem a mesma flexibilidade logística e comercial.

Além disso, especialistas alertam que o cenário internacional pode afastar investidores e gerar instabilidade econômica no estado. A possível alta do dólar, impulsionada pela perda de confiança, tende a afetar o custo de vida, com aumento da inflação e queda no poder de compra da população.