Da Cidade Nova ao Tomba: feiras resistem conectando pessoas e dando sabor às boas histórias
As cores e sabores das feiras encantam todas as gerações
Feira de Santana carrega em seu próprio nome a identidade das feiras livres. Desde o período colonial, esses espaços fazem parte do cotidiano dos feirenses, sendo muito mais do que meros locais de comércio: são pontos de encontro, trocas culturais e motores da economia local. Até hoje, bairros como Estação Nova, Cidade Nova, Sobradinho e a tradicional Feira do Tomba mantêm viva essa tradição das antigas e famosas feiras da Princesa do Sertão.
Espaços de comércio e cultura
As feiras livres sempre foram mais do que lugares para comprar alimentos e produtos. Elas funcionam como verdadeiros centros sociais, onde feirantes e clientes criam laços e interagem de forma próxima, mantendo viva a cultura popular da cidade. "Ainda existem aqueles clientes que vêm e criam laços com os feirantes, tornam o ambiente mais social, conversam e acompanham o dia a dia da feira", relata Marcelo Carneiro, fornecedor que trabalha há mais de 20 anos na feira da Estação Nova e há 12 anos na Feira da Cidade Nova.
Desafios de estrutura e segurança
Apesar de sua relevância, as feiras enfrentam problemas estruturais e de segurança que preocupam feirantes e frequentadores. "Não acontece o tempo todo, mas já vi muita gente deixar de ir à feirinha por medo ou insegurança com o local", complementa Marcelo. Ele alerta que a falta de renovação e cuidados pode levar essas tradicionais feiras ao declínio nos próximos anos, caso não haja intervenções e atenção adequada por parte dos órgãos responsáveis.
A mudança no perfil do público
Outro desafio enfrentado pelas feiras livres é a mudança no perfil de frequentadores. Para quem mora nas proximidades, o movimento ainda é um ponto de referência e socialização, mas entre o público mais jovem, a preferência tem se voltado para hortifrutis e mercadinhos, que oferecem ambientes mais organizados e confortáveis. Nas feiras, observa-se que os clientes mais velhos se tornaram maioria, enquanto a renovação geracional ainda é limitada.
Preservar tradição e futuro
As feiras livres de Feira de Santana são patrimônio cultural e econômico da cidade. Além de movimentarem a economia local, fortalecem relações sociais, mantêm viva a cultura popular e representam a identidade da Princesa do Sertão. No entanto, garantir a sustentabilidade desses espaços exige investimentos em higiene, estrutura, segurança e estratégias para atrair as novas gerações, mantendo o equilíbrio entre tradição e modernidade.
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