Por trás do apelido, a razão maior de Feira ser uma Cidade Princesa
A 'Princesa do Sertão' continua conectando pessoas, mercadorias e histórias
A cidade mais populosa do interior nordestino, Feira de Santana, carrega um dos apelidos mais emblemáticos já associados a um município brasileiro: Princesa do Sertão. A imponente alcunha, atribuída a uma das cidades mais importantes do país, acompanha Feira há mais de um século, tornando-se parte da sua identidade coletiva.
A origem do título
Em 1919, durante uma excursão para a campanha presidencial, o jurista, escritor e político Ruy Barbosa visitou o município e teria batizado a cidade como Princesa do Sertão. Conhecido por sua eloquência e por defender princípios republicanos e democráticos, Ruy Barbosa era uma das figuras mais respeitadas da política e da intelectualidade brasileira na época.
Durante a visita, Barbosa ficou impressionado com a relevância comercial e estratégica do município. Feira de Santana já se destacava como ponto de encontro entre produtores, comerciantes e consumidores de diversas regiões. Situada em uma área geograficamente privilegiada, a cidade consolidava-se como um verdadeiro entroncamento rodoviário, favorecendo o fluxo de pessoas e mercadorias e fortalecendo sua importância econômica e social no Nordeste. A alcunha de "Princesa do Sertão" refletia, portanto, o papel central que a cidade desempenhava na integração regional e no desenvolvimento local.
Reflexos na atualidade
Quase dois séculos depois, os reflexos dessa intitulação ainda podem ser vistos na vida cotidiana. Feira permanece como passagem para milhares de pessoas todos os dias, seja por motivos de trabalho, estudo, "turismo" ou comércio. O fluxo populacional segue em crescimento, e o comércio, que já marcou a cidade como "Cidade Comercial de Feira de Santana", continua sendo um dos motores mais fortes da sua economia.
A posição geográfica da cidade, próxima à capital Salvador e conectada por importantes rodovias, reforça sua vocação de centro logístico. As BR-116 e BR-101 cruzam o território feirense, permitindo a circulação de pessoas e mercadorias entre o Nordeste, o Sudeste e o Sul do Brasil, além de ampliar seu papel como ponto estratégico para o escoamento da produção.
Identidade e memória
Mais do que títulos honoríficos, os apelidos atribuídos a Feira de Santana ao longo da história são expressões simbólicas que refletem a identidade, a memória e a importância socioeconômica da cidade. Portanto, chamar Feira de "Princesa do Sertão" é reconhecer não apenas sua centralidade no interior baiano, mas também seu protagonismo cultural, educacional e comercial no Nordeste e no Brasil. Essa identidade múltipla, construída ao longo de décadas, continua viva e se renova a cada geração que mantém a tradição da cidade como polo de progresso e desenvolvimento.
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