De acordo com segunda edição do Boletim VigiVac da Fiocruz Bahia, divulgado na quinta-feira (4), mais de 14 milhões de brasileiros  estão com a segunda dose da vacina contra covid-19 em atraso de mais de 15 dias.

Dessa forma, o número é o dobro do observado em 15 de setembro, quando foram registrados cerca de 7 milhões. É bom lembrar que no Brasil as vacinas utilizadas são a AstraZeneca, Coronavac e Pfizer que necessitam de aplicação da segunda dose para que a imunização seja considerada completa.

Os pesquisadores observaram que esse resultado pode ser justificado por fatores como atrasos da segunda dose, demora para registro e envio dos dados para a base do Ministério, esgotamento e sobrecarga das equipes de gestão, disseminação de notícias falsas sobre a imunização, falta de estoque de reserva de imunizantes e mortalidade, dentre outros.

"É necessária uma análise cuidadosa, por parte dos gestores locais de saúde, para identificar localmente as mais prováveis causas do atraso. Este diagnóstico será útil para orientar as ações de estímulo à população para completar o esquema vacinal", comentam os cientistas.

Segundo os dados do Ministério, cerca de 50% dos atrasos são superiores a 30 dias e por volta de 14% são maiores que 90 dias da data prevista. O número de atrasos para a AstraZeneca é de 6.739.561; Coronavac, 4.800.920; e Pfizer, 2.557.296.

Essas informações estão disponíveis no Painel de Atraso de Segunda Dose de Vacina, desenvolvido pela Fiocruz Bahia. A saber, os dados são atualizados semanalmente e podem ser visualizados de forma interativa, nos âmbitos municipal e estadual, por tipo de vacina.