Diretora de agência norte-americana admite erros sobre atuação contra Covid-19

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Diretora de agência norte-americana admite erros sobre atuação contra Covid-19

As informações são do jornal The New York Times 

Crédito: Divulgação

A Diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano, Rochelle Walensky condenou publicamente a forma como a agência de saúde lidou com a pandemia de Covid sob o seu comando nesta quarta (17). Segundo ela, o órgão falhou em responder de forma rápida à crise e sua estrutura precisa ser revista. As informações são do jornal The New York Times.

Walensky delineou um plano para reorganizar o CDC em uma reunião com a sua equipe sênior. Os objetivos são priorizar as necessidades de saúde pública e os esforços para conter novos surtos e pôr menos ênfase na publicação de artigos científicos sobre doenças raras.

As medidas anunciadas agora surgiram de uma revisão externa que Walensky havia ordenado em abril, após meses recebendo críticas sobre sua atuação durante a pandemia. Seus críticos diziam que as mensagens públicas sobre uso de máscara e outras medidas de prevenção contra a Covid eram por vezes tão confusas, ou eram modificadas tão abruptamente, que mais pareciam esboços do que orientações visando o público de fato.

Um documento da agência caracteriza as orientações sobre a Covid passadas ao público como "confusas e aflitivas". Os líderes do time responsável por enfrentar o coronavírus se revezavam após poucos meses, deixando outros oficiais de saúde do governo sem saber quem estava no comando. E dados importantes eram às vezes divulgados tarde demais para ajudar decisões federais a serem tomadas.

"Por 75 anos, o CDC e a saúde pública se prepararam para a Covid-19 e, em nosso grande momento, nosso desempenho não atendeu às expectativas", afirmou Walensky, ainda segundo o veículo americano.

O CDC é há anos criticado por ser acadêmico demais. Muitos de seus especialistas estão acostumados a conduzir pesquisas com focos muito específicos, que passam por diversas etapas de revisão, e não aprenderam a lidar com o tipo de ação urgente necessária diante de crises como a do coronavírus ou, agora, da varíola de macacos.

As mudanças que Walensky anuncia agora buscam corrigir sobretudo isso, tornando a agência especialista na produção de "dados voltados para a ação" em oposição a de "dados para publicação". Entre as inovações, estão a indicação de Mary Wakefield, que trabalhou na gestão da saúde durante o governo Obama, uma reestruturação burocrática que faz com que dois setores passem a responder diretamente a Walensky, e a diminuição do tempo de revisão de estudos considerados urgentes. O CDC também alterará o sistema que regula as promoções dos funcionários, hoje baseado em produtividade, de modo a beneficiar aqueles cujos estudos têm impacto na saúde pública.

O plano, que também foi apresentado em um vídeo para os mais de 11 mil funcionários da agência, é descrito pelo New York Times como pouco específico. Mas foi bem recebido por ao menos parte dos funcionários com tempo de casa da agência, assim como por especialistas externos em saúde pública.

A revisão pedida por Walensky foi conduzida por James Macrae, que já chefiou o departamento de saúde, que controla o CDC. Seu relatório não foi divulgado, ainda, no entanto.Uma autoridade afirmou que ele ainda estava sendo finalizado. 

 

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