Boxe feirense transborda do CSU e ferve na rede
26ª edição revela talentos, inflama rivalidades e testa narradores
O ginásio do CSU, na Cidade Nova, foi o epicentro. A 26ª edição do Campeonato Feirense de Boxe Olímpico, realizada no último sábado, 25 de outubro, reuniu mais de noventa atletas em Feira de Santana. Sob a organização de Mestre Joba e Dany Pinheiro, da Academia Vida Ativa, o evento consolidou-se como a principal plataforma de revelação da nobre arte no interior baiano, atraindo projetos e delegações de diversas cidades vizinhas.
Mais que um torneio, o campeonato é a ponta de lança de um robusto trabalho social. A Academia Vida Ativa, com apoio fundamental da Sudesb através do Projeto Esporte por Toda Parte, atende diretamente mais de cem jovens. O esporte é utilizado ali como ferramenta de disciplina e transformação, um discurso reforçado por apoiadores políticos que veem no ringue um vetor de inclusão social e resgate.
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Este ano, o evento extrapolou as arquibancadas físicas. A transmissão ao vivo, comandada pela plataforma Geral Fight, atingiu picos notáveis de 10.000 espectadores simultâneos, um número expressivo que evidencia o interesse crescente. A responsabilidade da condução coube a uma dupla que entende a cadência local: Sidnei Campos, veterano do jornal Folha do Estado, e Jéssica Campos, da TV Feira.
A dupla Campos demonstrou ofício. Sidnei, trazendo a análise ponderada e a bagagem de quem cobre o esporte feirense há anos, e Jéssica, com a precisão da reportagem e a leitura técnica dos combates, navegaram águas turbulentas. Eles tiveram a difícil tarefa de mediar a paixão pura do ginásio, que fervia com torcidas de equipes como Team Menezes e Índia Boxe, para um público digital igualmente inflamado.
Essa paixão, marca registrada do evento, transbordou em alegações de controvérsia. Os comentários da transmissão ao vivo foram inundados por acusações de "roubo" e queixas de suposto favorecimento aos atletas "da casa", do CT Vida Ativa. Esta é a velha, e por vezes saudável, fricção do esporte amador. Ela evidencia que o campeonato importa, que as vitórias são disputadas com fervor e que os árbitros trabalham sob pressão máxima.
Ao fim, o 26º Campeonato Feirense entrega mais que medalhas. Ele prova que Feira de Santana respira boxe. A estrutura de Mestre Joba, a polêmica da arquibancada e a audiência massiva validam o evento. O torneio não é apenas sobre formar atletas, é sobre afirmar a relevância da cidade no mapa esportivo, um papel que a mídia local, como o Geral Fight, agora amplifica com competência.
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