Ancelotti molda Brasil competitivo e redefine o jogo bonito
Técnico prioriza harmonia tática e grupo quase fechado para a Copa
Em Tóquio, Carlo Ancelotti revelou com a serenidade de quem domina o próprio roteiro o estágio de construção da seleção brasileira. Após golear a Coreia do Sul por 5 a 0, o treinador confirmou que usará os últimos amistosos do ano para finalizar testes e chegar a março com o grupo praticamente definido para a Copa do Mundo. A vitória consolidou a nova face do Brasil sob o comando do italiano, que já soma quatro triunfos em cinco partidas, com nove gols marcados e apenas um sofrido.
O trabalho de Ancelotti se sustenta em uma ideia simples e moderna: controlar o jogo com e sem a bola. O técnico tem alternado sistemas, flutuando entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1, a depender da característica dos adversários. O meio-campo, com Bruno Guimarães e João Gomes, tem garantido solidez, enquanto a movimentação ofensiva oferece liberdade a Vinícius Júnior e Rodrygo. O resultado é um time menos refém da inspiração individual e mais comprometido com a execução coletiva.
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A tendência é que o treinador leve à Copa um elenco já consolidado e com poucas brechas para surpresas. A definição antecipada do grupo visa estabilidade e maturação tática, fatores essenciais diante do calendário apertado. A concorrência por vagas no ataque e na lateral direita ainda mobiliza atenção, mas o núcleo central da equipe parece estabelecido. O discurso de Ancelotti indica um projeto sem sobressaltos, voltado para desempenho contínuo e não para picos eventuais.
A Seleção de Ancelotti começa a abandonar a busca estética que tantas vezes a tornou refém da própria história. O italiano devolve ao Brasil a virtude da simplicidade bem aplicada. Seu mérito é ter transformado o conceito de "jogar bonito" em algo mais amplo, onde disciplina e beleza coexistem. Se o país aceitar essa nova definição, talvez reencontre o equilíbrio que o futebol mundial lhe cobrava há décadas.
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