Atlético-MG elimina Flamengo nos pênaltis com brilho de Everson
Goleiro defende cobrança, converte outra e sela vitória sobre o campeão
Foi nos pênaltis, foi com emoção, e foi com Everson. O Atlético-MG está classificado para as quartas de final da Copa do Brasil após suportar a pressão do Flamengo, perder por 1 a 0 no tempo normal (gol de Everton Cebolinha) e triunfar por 4 a 3 nas penalidades. Na Arena MRV, diante de quase 39 mil torcedores, o Galo sustentou a vantagem construída no Maracanã, precisou se reinventar em campo e contou com o sangue-frio do seu goleiro — novamente decisivo em momento grande. O reencontro entre os finalistas de 2024 teve roteiro épico e desfecho que reverbera no cenário nacional.
A partida foi tensa do primeiro ao último minuto. O Flamengo, com mais posse (52%) e iniciativa, conseguiu o que precisava: o gol no primeiro tempo. Mas parou por aí. O time de Filipe Luís manteve volume, mas faltou contundência e, principalmente, leitura para explorar as brechas de um Atlético que recuou, mas não se perdeu. Cuca organizou a marcação em linha baixa e priorizou as transições com Hulk e Cuello. O jogo se arrastou num equilíbrio nervoso. Nos pênaltis, a frieza virou critério: enquanto Samuel Lino e Wallace Yan desperdiçaram para o Rubro-Negro, Everson defendeu um, cobrou o último e classificou o Galo — um herói improvável que já vira habitué das noites decisivas.
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A eliminação precoce expõe feridas mal cicatrizadas no Flamengo, atual campeão do torneio, que em 2025 ainda busca estabilidade tática e emocional. Com elenco estrelado, a queda nas oitavas é indigesta e deve provocar reavaliações internas. Já o Atlético-MG colhe os frutos da cautela: sem apresentar exuberância técnica, mas apostando em consistência e gestão dos momentos do jogo, a equipe segue viva em uma temporada que parecia ameaçada. A premiação milionária também alivia o caixa. O adversário das quartas será conhecido no sorteio do próximo dia 12, mas o recado já foi dado: o Galo voltou a ser competitivo.
O que decide um confronto assim não é apenas a bola jogada — é o repertório mental. E, nesse ponto, o Atlético foi superior. O Flamengo levou o jogo para onde queria, mas não soube o que fazer quando chegou lá. Faltou comando, sobrou ansiedade. Ao Galo, que em outros tempos desmoronaria após o gol sofrido, coube segurar firme, escolher bem quem bate e deixar a glória nas mãos do seu goleiro. Como se diz em Minas — e também no sertão baiano —, "quem tem juízo, joga com o relógio, não com o aplauso".
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