Eliminado pelo Palmeiras na Copa do Mundo de Clubes, o Botafogo optou por permanecer um dia a mais nos Estados Unidos antes de retornar ao Brasil. A decisão custará US$ 26 mil (aproximadamente R$ 140 mil) aos cofres alvinegros, valor exigido pela Fifa para estender a hospedagem da delegação além das 48 horas previstas após a eliminação. O grupo embarcou neste domingo para Nova York, onde terá a segunda-feira livre, retornando em voo fretado na terça-feira pela manhã.

Do ponto de vista estratégico, o Botafogo aposta no benefício psicológico da folga prolongada para minimizar os efeitos da eliminação precoce. A comissão técnica avalia que, nesse momento, recuperar o ambiente e dar um respiro aos atletas pode ser mais valioso do que uma volta imediata e fria ao batente. Mesmo com a logística encarecida, o clube considerou o investimento justificável para proteger o grupo do desgaste emocional, numa decisão que equilibra cuidado humano e planejamento esportivo.

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Essa escolha reforça uma nova postura que o futebol brasileiro tenta cultivar, embora nem sempre consiga sustentar. Antigamente, um revés desse tamanho seria seguido por cobranças ferozes e retorno apressado, como quem foge de um temporal no sertão. Hoje, o Botafogo parece compreender que o tempo, mesmo curto, pode ser aliado para reconstruir ânimo. Não deixa de ser curioso: um clube que já foi símbolo da pressa e da desordem agora investe, sem medo, no valor da pausa.

Para o futuro, o Botafogo terá que mostrar se esse gesto foi apenas um agrado de ocasião ou parte de um projeto mais robusto de gestão de pessoas e resultados. A decisão de permanecer mais um dia, embora bem recebida, precisa vir acompanhada de autocrítica e reestruturação esportiva. Como se diz por essas bandas, folga é boa, mas quem dorme demais perde o bonde. O calendário aperta, e o Campeonato Brasileiro já bate à porta.