Chapecoense abre vantagem, sofre pressão e vence o CRB na Arena
Time catarinense mantém-se no G-4 mesmo com segundo tempo preocupante
A Chapecoense venceu o CRB por 3 a 2 neste domingo (3), na Arena Condá, e garantiu a permanência no G-4 da Série B ao fim da 20ª rodada. O triunfo, que levou o clube aos 33 pontos e à quarta colocação, teve contornos dramáticos: o Verdão abriu 3 a 0 ainda no primeiro tempo, mas viu o adversário reagir com dois gols de Breno Herculano na etapa final e flertar com o empate. O resultado representou a décima vitória catarinense na competição — e a segunda em sequência — enquanto o CRB, com 25 pontos, caiu para a 12ª posição e ampliou a distância para a zona de acesso.
A primeira etapa evidenciou a superioridade estrutural da equipe de Gilmar Dal Pozzo. A Chape dominou os espaços com amplitude pelos flancos e verticalidade nos três homens de frente. Marcinho, novamente decisivo, conduziu a articulação ofensiva com mobilidade e precisão. Os três gols — de Neto Pessoa, Marcinho e Maílton — traduziram um bloco ofensivo bem coordenado, aproveitando-se da desorganização defensiva do CRB, especialmente nas transições. Já na etapa complementar, a queda de ritmo da equipe anfitriã foi evidente: o time recuou linhas, reduziu a intensidade de pressão pós-perda e permitiu que o adversário, reconfigurado por Barroca, retomasse protagonismo com a entrada de Breno.
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Se o primeiro tempo reafirmou a vocação ofensiva da Chapecoense, o segundo lançou dúvidas sobre a capacidade de sustentação física e mental do time. A vantagem elástica tornou-se armadilha, e a ausência de alternativas de controle — seja pela posse, seja por recomposição agressiva — quase comprometeu os três pontos. O CRB, mesmo irregular, demonstrou força de reação e expôs o que hoje é o maior ponto de atenção do Verdão: a inconsistência defensiva quando pressionado. A sequência de jogos contra Vila Nova e Criciúma pode redefinir a trajetória da Chape, que ainda sonha com o retorno à elite após a queda em 2021. O CRB, por sua vez, enfrenta o Avaí em casa em duelo direto pelo bloco intermediário.
É preciso reconhecer o mérito do resultado, mas não ignorar os sinais. A Chapecoense venceu, sim, e manteve-se na zona de acesso num campeonato cuja margem de erro é mínima. No entanto, repetir a postura da segunda etapa em jogos mais complexos pode ser fatal. A queda de concentração e a dificuldade em gerir o tempo do jogo demonstram que o elenco ainda não amadureceu completamente para os desafios do returno. O CRB, limitado tecnicamente, não perdoou o relaxamento e quase virou o enredo. Como se diz em algumas praças do Oeste, quem cochila no mato acaba ouvindo passo de onça. O alerta está dado.
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