Em Manaus, sob calor sufocante e arquibancadas tensas, a Chapecoense reencontrou o caminho das vitórias após cinco rodadas de angústia. O triunfo por 3 a 1 sobre o Amazonas, com gols de Eduardo Doma, Everton e Rafael Carvalheira, foi mais do que um resultado esportivo: recolocou o clube na rota do acesso à Série A. O time catarinense, agora com 44 pontos, encurtou a distância para o G-4 e empurrou o adversário local para a penúltima posição, afundado em crise e insegurança. O gol de Kevin Ramírez chegou a reacender a esperança amazonense, mas a reação não passou de lampejo.

Do ponto de vista técnico, a Chape mostrou virtudes que estavam adormecidas. O início fulminante com Doma, a precisão de Carvalheira e a potência de Everton evidenciaram uma equipe que soube explorar as fragilidades defensivas do rival. Gilmar Dal Pozzo manteve o 4-4-2 compacto, mas privilegiou as transições rápidas, enquanto o Amazonas se perdeu na pressa de atacar. O excesso de passes errados (84 contra 60 da Chapecoense) traduziu a falta de clareza de um elenco que tentou compensar na vontade o que não teve em organização. A vitória foi construída em detalhes, mas com autoridade.

📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H: Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp

As implicações são imediatas. Para o Amazonas, a derrota reforça a condição de penúltimo colocado, com apenas 27 pontos em 29 jogos, e a proximidade cada vez maior do rebaixamento à Série C. Já a Chapecoense, sétima colocada, volta a acreditar no acesso: está a três pontos do quarto colocado Coritiba, e recupera moral em momento decisivo da Série B. O resultado também fortalece o ambiente interno, uma vez que a pressão pelo jejum ameaçava comprometer o rendimento coletivo. Em um campeonato tão equilibrado, a vitória em Manaus pode ser lembrada como ponto de inflexão.

Resta, contudo, refletir sobre a instabilidade que marca a trajetória da Chape em 2025. A equipe parece oscilar entre boas atuações e apagões prolongados, sinal de um elenco que carece de consistência. A reação em Manaus precisa ser mais que episódica: deve se transformar em padrão. O torcedor, acostumado a ver o clube se reinventar após tragédias e quedas, cobra maturidade competitiva. Se conseguir aliar disciplina tática à intensidade revelada diante do Amazonas, a Chapecoense terá não apenas chance de acesso, mas também legitimidade para se apresentar como projeto sólido no cenário nacional. 

📱 Acesse o nosso site RadioGeral e TVGeral

📲 Nos acompanhe também nas redes sociais:

• Instagram @folhadoestadoba
• Facebook Folha do Estado Bahia
• X (antigo Twitter) @folhadoestadoba