Ferroviária reage no fim contra Goiás e impede vitória do líder
Jogo marcado por golaços expõe virtudes distintas e fragilidades evidentes dos rivais
Na Fonte Luminosa, a noite de terça-feira entregou ao torcedor da Série B um espetáculo curioso: poucos ataques, mas gols de rara precisão. Brayann, logo aos cinco minutos, acertou chute de longa distância que abriu vantagem para o Goiás. Quando parecia que o líder controlaria os rumos, Thiago Lopes, aos 45 do segundo tempo, devolveu a moeda com um disparo indefensável. O empate por 1 a 1 manteve o Esmeraldino na ponta, agora com 49 pontos, e afastou momentaneamente a Ferroviária do risco imediato de rebaixamento, estacionada em 14º com 33.
Tecnicamente, o duelo foi um estudo de contrastes. O Goiás apresentou sua conhecida solidez defensiva, com linhas compactas e posse cadenciada, mas faltou agressividade para liquidar o confronto ainda no primeiro tempo. A Ferroviária, mesmo sofrendo em transições, apostou na velocidade de seus atacantes e, na etapa final, adiantou linhas, pressionou a saída rival e foi premiada com o golaço de Thiago Lopes. Os números confirmam a diferença de proposta: os donos da casa finalizaram 15 vezes contra apenas quatro dos visitantes, embora com baixo aproveitamento.
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As consequências do resultado carregam peso distinto. Para o Goiás, o empate significa abrir margem tênue na liderança, com Coritiba e Criciúma na cola, ambos com jogo a menos. A equipe de Vagner Mancini chega ao clássico com o Atlético-GO sob pressão de quem precisa vencer para não perder o topo. Já a Ferroviária soma um ponto que pode ser decisivo na contabilidade da permanência. Com adversários diretos rondando a parte baixa da tabela, a Locomotiva ganha fôlego, mas não escapa da realidade de um elenco curto e irregular.
O placar traduz um recado importante. O Goiás, embora líder, não pode depender apenas da solidez defensiva e de lampejos individuais para sustentar o favoritismo ao acesso. A Ferroviária, por sua vez, mostrou que há competitividade mesmo em meio a limitações, desde que a ousadia seja parte do plano de jogo. Em um campeonato cada vez mais nivelado, os dois golaços funcionaram como metáfora: talento decide, mas organização e constância definem quem sobe e quem apenas sobrevive.
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