Filipe Luís desafia maldição e ameaça paradigma de instabilidade rubro-negra
Flamengo mira renovação inédita enquanto técnico rompe ciclo de improvisações crônicas
O Flamengo atravessa 2025 com uma peculiaridade rara em sua história recente: a continuidade. Desde que assumiu no fim de setembro de 2024, Filipe Luís consolidou-se como treinador com autoridade técnica e aceitação popular. São 65 jogos no comando, apenas seis derrotas e aproveitamento superior a 74%, marca que só encontra paralelo na era Jorge Jesus. A eventual permanência até dezembro significará romper uma sequência de 14 anos em que nenhum técnico conseguiu iniciar e encerrar a temporada no clube.
Dentro de campo, o impacto é visível. A equipe rubro-negra apresenta consistência tática, linhas mais curtas e aproveitamento ofensivo sustentado pela mobilidade de Arrascaeta e a precisão de Pedro. A defesa, antes vulnerável, ganhou densidade com Léo Ortiz e Fabrício Bruno. A solidez não elimina fragilidades, sobretudo na dependência do uruguaio e na queda de rendimento em jogos decisivos fora de casa, mas revela maturidade incomum em um clube que nos últimos anos alternou projetos sem identidade. Filipe Luís opera mais como engenheiro de estabilidade do que como mero gestor de vaidades.
📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H : Faça parte do canal da Folha do Estado no WhatsApp
As consequências são de largo alcance. A renovação proposta até 2026, com extensão possível até 2027, sinaliza que o Flamengo busca mais do que resultados imediatos: pretende transformar a previsibilidade em ativo competitivo. A mudança não é trivial. Em um mercado onde a rotatividade de técnicos no Brasil segue altíssima, a continuidade abre espaço para planejamento esportivo mais racional, fortalece categorias de base e garante ao elenco um ambiente de menor volatilidade. Se concretizada, a permanência de Filipe Luís terá efeito simbólico, rompendo um padrão de instabilidade que corroeu gestões anteriores.
É nesse ponto que a crítica se impõe. A estabilidade não deve ser confundida com complacência. A idolatria em torno do treinador pode turvar diagnósticos e mascarar problemas de elenco que seguem latentes, como a escassez de laterais confiáveis e a oscilação no setor de meio-campo. Filipe Luís, por sua trajetória e capacidade analítica, mostra-se preparado para conduzir ajustes. O Flamengo, porém, precisa resistir à tentação de acreditar que apenas a longevidade resolve. Em 2025, o verdadeiro desafio do clube é provar que aprendeu a distinguir permanência de projeto.
📱 Acesse nosso site RadioGeral e TVGeral
📲 Nos acompanhe também nas redes sociais :
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.