Inglaterra domina Espanha no segundo tempo e conquista a Euro 2025
Com posse controlada e precisão cirúrgica, ingleses vencem por 2 a 0 em Berlim
A noite de domingo em Berlim selou mais do que o fim da Eurocopa de 2025: consagrou uma Inglaterra madura, taticamente refinada e emocionalmente blindada. Diante de uma Espanha que havia encantado o torneio com talento juvenil e dinamismo, os ingleses administraram a tensão da final com uma frieza quase clínica. Os gols de Rice e Foden no segundo tempo premiaram a eficiência de uma seleção que, após 59 anos, reafirma seu lugar entre os gigantes do continente com o bicampeonato europeu — o primeiro desde 2021.
Mais do que conter a Espanha, a Inglaterra a desarticulou. Gareth Southgate, contestado durante o ciclo, manteve a espinha dorsal de sua equipe e colheu os frutos da continuidade. A decisão de recuar Bellingham para articular a saída de bola e liberar Foden pelo corredor interno surtiu efeito: os ingleses neutralizaram o jogo entrelinhas espanhol e forçaram o adversário a lateralizar em excesso. A Espanha, órfã de espaços, viu Lamine Yamal e Nico Williams engolidos por Walker e Shaw, enquanto Rodri, bem marcado, raramente encontrou passes verticais. No fim, a posse espanhola — 64% — traduziu-se em apatia ofensiva: apenas uma finalização no alvo.
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A conquista inglesa impõe um novo compasso à hierarquia do futebol europeu. Se em 2021 o título veio sob o clamor popular em Wembley, desta vez foi conquistado em território neutro, com sobriedade e domínio tático. Southgate, que já havia liderado a equipe ao vice da Copa de 2022, entrega uma geração consolidada, com profundidade no banco e identidade de jogo. Para a Espanha, resta o consolo de um ciclo promissor — a média de idade do elenco é de 23 anos — e o aprendizado de que talento, embora necessário, não basta diante de um adversário que sabe jogar com o relógio e os nervos.
Ainda que o futebol espanhol siga como referência técnica, a final expôs sua limitação estratégica diante de contextos adversos. A Inglaterra, ao contrário, demonstrou que aprendeu com suas cicatrizes: controlou o ritmo, matou o jogo no momento certo e manteve a compostura até o apito final. Há quem diga que faltou espetáculo — mas há horas em que o placar fala mais alto que o brilho. Como diz o baiano: "quem tem fome, come quente". E ninguém teve mais apetite do que os ingleses.
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