Justiça condena federação alemã por fraude na Copa
Caso de 2006 expõe esquema milionário e fere imagem esportiva
A Federação Alemã de Futebol (DFB) foi oficialmente condenada nesta quarta-feira (25) por fraude fiscal envolvendo a Copa do Mundo de 2006, realizada em território alemão. O escândalo gira em torno de um pagamento de 6,7 milhões de euros (cerca de R$ 42 milhões) para cobrir supostos custos de uma festa de gala que jamais aconteceu. A multa aplicada foi de 130 mil euros (R$ 830 mil), cifra bem abaixo do valor pleiteado pela promotoria, mas suficiente para reforçar a gravidade do caso que já se arrasta desde 2024.
No campo estratégico, a sentença não atinge apenas o caixa da DFB, mas corrói as bases éticas da entidade. O tribunal de Frankfurt foi categórico ao apontar que os antigos dirigentes fraudaram deliberadamente o fisco e mantiveram a engrenagem corrupta da Fifa operando à sombra dos grandes eventos. O nome de Franz Beckenbauer, ídolo e ex-presidente do comitê organizador, aparece no centro da trama, o que deixa o episódio ainda mais emblemático. O uso de verbas não declaradas e a manipulação dos bastidores ferem diretamente a credibilidade da estrutura que deveria zelar pelo jogo limpo.
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Na memória esportiva, este escândalo empalidece uma Copa que, até então, era celebrada como exemplo de organização. A mancha que agora paira sobre o futebol alemão remete a outras passagens amargas, como os casos que já assombraram confederações na América do Sul, incluindo a própria CBF e federações estaduais baianas, que no passado também tiveram seus telhados de vidro expostos. Em Salvador, muito se comenta ainda hoje sobre os arranjos de bastidores que minaram a credibilidade de antigos torneios regionais.
O que se espera, após a decisão, é que o futebol internacional, e particularmente as federações de países com tradição, passem a tratar seus compromissos fiscais e éticos com a seriedade que o esporte exige. Não basta organizar espetáculos grandiosos e vender a imagem de eficiência — é preciso honrar o jogo dentro e fora das quatro linhas. A sentença aplicada em 2025 deveria servir de freio e de alerta para dirigentes que ainda acreditam que, no futebol, tudo se resolve com um drible. Nem sempre o jogo permite esse tipo de saída.
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