De vendedor de salgados a herói de clássico, o atacante Erick Pulga é hoje sinônimo de raça e talento no Bahia. Mas o brilho que encanta a Fonte Nova foi forjado em batalhas fora das quatro linhas. Natural do bairro Vila Velha, em Fortaleza, Pulga trocou a infância tranquila por dias duros ao lado da mãe, dona Eliza, que impôs uma condição clara: só jogava bola depois de enrolar as bolinhas de queijo para vender.

A caminhada do garoto franzino esbarrou em dificuldades financeiras e num episódio marcante: a perda do amigo Biel, que o ajudava a chegar aos treinos emprestando uma bicicleta. "Ele chorava porque não tinha como ir. Biel foi um anjo na vida do meu filho", lembrou a mãe, emocionada. O episódio trágico, ocorrido entre 2020 e 2021, ainda pesa no coração do camisa 11, que carrega a memória do amigo em cada arrancada.

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O talento de Pulga floresceu nos campos de areia e num projeto social chamado União, onde encontrou apoio em Fábio Silva, uma figura decisiva em sua trajetória. De lá, partiu para o Atlético Cearense, rodou por clubes menores e explodiu no Ferroviário e no Ceará, até ser comprado pelo Bahia por R$ 18,8 milhões. Hoje, é o artilheiro da equipe, com gols decisivos em clássicos e assistências que mudam o jogo.

Mais que dribles e gols, Pulga é símbolo de persistência. No último dia 11 de maio, presenteou a mãe com uma casa simples, mas carregada de significado. "Eu nunca desisti", disse o atacante, com a mesma firmeza que usa para encarar os zagueiros. Em um futebol cada vez mais carente de histórias autênticas, Pulga nos lembra que a bola ainda pode mudar destinos. 

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