Uma descoberta arqueológica feita na pequena cidade de Anwoth, na Escócia, promete reescrever os livros de história do esporte mais popular do mundo. Liderados pelo historiador Ged O'Brien, pesquisadores identificaram o que pode ser o campo de futebol mais antigo já registrado, datado do século XVII. A revelação reacende o debate sobre as verdadeiras origens do futebol e questiona a narrativa consagrada de que o esporte nasceu na Inglaterra.

As evidências foram encontradas na antiga fazenda de Mossrobin, onde arqueólogos localizaram uma estrutura de 14 pedras alinhadas sobre uma área plana de 85 por 45 metros de dimensões próximas a de um campo moderno. A referência ao local apareceu em uma carta do reverendo Samuel Rutherford, escrita entre 1627 e 1638, em que o religioso criticou moradores por jogarem "foot-ball" aos domingos, contrariando os costumes religiosos da época.

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O historiador O'Brien, fundador do Museu Escocês do Futebol, acredita que a descoberta pode transformar a compreensão acadêmica sobre a história do esporte. Ele argumenta que o jogo praticado em Mossrobin era organizado e recorrente, o que o diferencia do violento mob football medieval. "Nossa descoberta tem implicações sérias. Os historiadores terão que reescrever tudo o que pensam sobre as origens do chamado jogo bonito", declarou.

Apesar do entusiasmo escocês, a descoberta encontrou resistência em solo inglês. Steve Wood, do Sheffield Home of Football, criticou a falta de provas diretas ligando o jogo de Mossrobin ao futebol moderno. Já O'Brien insiste: "O jogo jogado em Mossrobin foi o avô do futebol moderno. E era escocês." A polêmica parece longe do fim, reacendendo uma rivalidade histórica agora, também no campo arqueológico. 

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