Vitória constrói esperança realista com força em casa no Brasileiro
Leão soma 77% dos pontos no Barradão mas segue ameaçado
O Vitória voltou a encontrar no Barradão uma fonte de alívio depois da tempestade. A vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG, no último domingo, dissipou parte da poeira levantada pela goleada sofrida contra o Flamengo e reforçou uma tendência: quando atua em Salvador, o Rubro-Negro sobrevive. Dos 22 pontos conquistados nesta Série A, 17 foram dentro do estádio Manoel Barradas, o equivalente a 77,2% do total. O contraste com o desempenho como visitante, onde a equipe sequer venceu e detém a terceira pior campanha, explica por que o time, mesmo competitivo em casa, ainda figura no Z-4.
Do ponto de vista estratégico, a dependência excessiva do mando de campo é um retrato cruel da limitação do elenco. O time de Thiago Carpini consegue imprimir intensidade diante de sua torcida, sustentado por um meio-campo que encurta espaços e uma defesa que, ainda que limitada tecnicamente, se mostra mais concentrada no ambiente hostil ao adversário. Fora de Salvador, o comportamento se desmancha: a marcação se dispersa, a transição ofensiva inexiste e a equipe parece alheia às exigências da Série A de 2025, marcada por calendários comprimidos e rivais com elencos mais profundos.
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As projeções matemáticas são duras. Segundo cálculos da UFMG, o Vitória precisará atingir ao menos 43 pontos para reduzir o risco de rebaixamento a níveis aceitáveis. Mantido o atual aproveitamento em casa (51,5%), chegaria a 34 ou 35 pontos, insuficientes. Isso significa que não basta ao clube defender o Barradão como fortaleza: será necessário arrancar resultados fora, em confrontos diretos, como o próximo diante do Fortaleza, adversário que já tombou no primeiro turno, mas que agora encara um Vitória pressionado pela tabela.
Há uma lição incômoda no atual cenário: sobreviver na Série A exige mais do que ser forte em Salvador. A história do clube mostra que rebaixamentos anteriores nasceram justamente dessa incapacidade de competir longe de casa. Apoiar-se apenas no fator Barradão é como acreditar que a arquibancada pode corrigir falhas estruturais de planejamento. O torcedor pode e deve empurrar, mas é a diretoria que precisa entender que salvar 2025 significa reforçar elenco, encorpar o meio e, sobretudo, devolver ao Vitória a dignidade de um visitante incômodo. Até lá, a esperança se constrói em Salvador, mas a salvação depende do que acontece além da Ladeira das Pedreiras.
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