A 100ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre entrou para a história não apenas pelo simbolismo do centenário, mas também pela força do atletismo baiano, que voltou a colocar o estado entre os protagonistas da mais tradicional prova de rua do Brasil.

No masculino, o sertão ganhou voz e visibilidade com Fábio, natural de Monte Santo, atleta cuja trajetória se confunde com a própria ideia de superação. Iniciado ainda adolescente, muitas vezes correndo descalço, ele chamou atenção precocemente ao vencer a Corrida da Paz, aos 14 anos. A São Silvestre passou a integrar seu currículo em 2019, quando ainda conciliava o esporte com outras atividades e, já naquela ocasião, terminou como o melhor brasileiro da prova. No ano do centenário, Fábio voltou a figurar entre os principais nomes nacionais, reafirmando a potência do atletismo produzido no interior nordestino.

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Entre as mulheres, o pódio novamente teve sotaque baiano. Aos 23 anos, Núbia Oliveira confirmou o status de estrela em ascensão ao conquistar, mais uma vez, a medalha de bronze e encerrar a prova como a melhor brasileira. Repetindo o feito de 2024, a atleta ainda melhorou seu desempenho, cruzando a linha de chegada em 52min42s, em atuação consistente que arrancou aplausos do público na Avenida Paulista.

Moradora de Jaguarari, Núbia iniciou a carreira na Escola de Atletismo do município e hoje simboliza uma nova geração de atletas que alia talento, disciplina e políticas públicas de incentivo. Ela integra o grupo de 211 esportistas baianos contemplados pelo programa Bolsa Esporte, do Governo do Estado da Bahia, iniciativa que assegura suporte financeiro para treinamentos e participação em competições nos âmbitos estadual, nacional e internacional.

A presença expressiva da Bahia na 100ª São Silvestre reforça a importância do investimento contínuo no esporte e evidencia que, do sertão às grandes capitais, o atletismo baiano segue revelando talentos capazes de competir em alto nível. No ano em que a corrida completou um século de existência, os baianos não apenas participaram fizeram história.