A bola ainda nem rolou, mas o clima nos bastidores da CBF já é de cartão amarelo. Samir Xaud, candidato único e futuro presidente da entidade, carrega na bagagem mais que promessas de gestão: tem também um histórico nada esportivo na Justiça Trabalhista. O cartola, que construiu fortuna no ramo de móveis em Roraima, precisou negociar ao menos R$ 24 mil em acordos após ter bens bloqueados por não pagar funcionários.

As pendências judiciais, registradas entre 2016 e 2017, incluem salários atrasados, falta de FGTS e até retenção de carteiras de trabalho. Em sua defesa, Xaud alegou já ter saído da sociedade quando os processos foram abertos. Conversa que a Justiça não comprou, aplicando a regra clara: se o trabalhador foi contratado enquanto ele era sócio, a dívida corre atrás.

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Não bastasse, o futuro dono da caneta mais poderosa do futebol brasileiro responde ainda por processos de improbidade, suspeitas de erros como perito médico e até tentativas de regularizar terreno em área ambiental. E olha que nem pisou no gramado da CBF. O curioso é que, mesmo cercado de denúncias, Xaud chega à presidência com o apoio esmagador de 25 das 27 federações. Só São Paulo e Mato Grosso ficaram de fora desse jogo combinado.

Em nota, o médico e dirigente afirma desconhecer qualquer processo que tenha descumprido e garante compromisso com ética e transparência. O discurso é bonito, digno de coletiva de apresentação. Mas o torcedor brasileiro, acostumado a ver cartolas driblando a moralidade, sabe que promessa de dirigente vale tanto quanto aquele pênalti que o juiz não marca no último minuto. É esperar pra ver. 

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