São Paulo afunda no Brasileirão após derrota histórica contra Ceará vazio
Vozão vence no Morumbis esvaziado e aumenta pressão sobre diretoria paulista
Pouco mais de 12 mil torcedores no Morumbis foram testemunhas de um marco incômodo para o São Paulo. Dias após a eliminação na Libertadores, a equipe sofreu sua quarta derrota consecutiva, desta vez diante do Ceará, que venceu por 1 a 0 e conquistou pela primeira vez um triunfo no estádio em jogos de Série A. O gol de Pedro Henrique, aos 40 minutos do segundo tempo, aprofundou a crise tricolor, exposta por vaias, protestos e pedidos de renúncia da diretoria. O resultado deixou o time estacionado nos 35 pontos, caindo para a sétima posição do Campeonato Brasileiro, cercado pela ameaça de perder contato com o bloco da Libertadores.
A análise fria do jogo revela um São Paulo preso em sua própria instabilidade. Hernán Crespo apostou em um desenho mais ofensivo no intervalo, ao lançar Lucas Moura, mas a execução foi falha. Houve volume, houve trave, mas não houve controle. O Ceará, sob a batuta de Léo Condé, esperou o erro que parecia inevitável. Ele veio de Alisson, em corte mal feito, e a frieza de Pedro Henrique selou a noite. A estatística de 56% de posse e 14 finalizações para o mandante esconde a ausência de clareza ofensiva. Foi um São Paulo que correu muito, pensou pouco e entregou demais.
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As consequências são múltiplas. No campo, o Tricolor se vê pressionado por concorrentes diretos — Bahia, Fluminense e Bragantino — em disputa acirrada por vagas internacionais. Fora dele, a paciência da torcida dá sinais de esgotamento. As faixas contra o presidente Julio Casares e as vaias ao apito final escancaram um ambiente político fraturado. O Ceará, por sua vez, renova expectativas: com 31 pontos, respira fora da zona de risco e volta a mirar a faixa intermediária da tabela, sustentando um projeto que parecia instável meses atrás.
É impossível ignorar a dimensão simbólica do episódio. O São Paulo, tricampeão mundial, transformou seu estádio em palco de celebração inédita para um visitante até então submisso. O vazio das arquibancadas foi metáfora cruel: mais do que ausência física, traduz o distanciamento emocional entre clube e torcida. Crespo ainda fala em recuperação, mas a equipe já acumula sintomas de desgaste estrutural que não se resolvem com discursos de vestiário. No futebol de 2025, em que planejamento e coerência têm sido decisivos, o São Paulo parece olhar para trás enquanto o campeonato exige fôlego de quem só sabe avançar.
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