O Morumbi voltou a funcionar como termômetro de ambições. Diante de mais de 52 mil torcedores, o São Paulo venceu o Flamengo por 2 a 0 com uma atuação que combinou intensidade, disciplina tática e controle territorial — três pilares que têm caracterizado o trabalho de Luis Zubeldía em 2025. Com a vitória, o Tricolor paulista não apenas encurtou a distância para a liderança como também interrompeu a sequência de onze jogos de invencibilidade do rival carioca, expondo as lacunas de um Flamengo que vem oscilando diante de adversários que o encaram com linhas altas e marcação encaixada.

Tecnicamente, o jogo foi resolvido onde Zubeldía gosta de travar batalhas: nos duelos individuais e no domínio dos espaços intermediários. Com Alisson mais recuado como primeiro articulador e a dobradinha entre Wellington Rato e Ferreira explorando as costas de Varela, o São Paulo empurrou o Flamengo para seu campo. A ausência de Arrascaeta, poupado, agravou o problema flamenguista na transição ofensiva. Pedro, isolado entre os zagueiros, não recebeu assistência qualificada. Do outro lado, Luciano foi mais do que atacante: flutuou, atraiu marcação e serviu. O primeiro gol nasceu de uma roubada de bola alta; o segundo, de um escanteio treinado — sinais de um time que treina o que executa.

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O impacto da vitória é duplo. Primeiro, reafirma o padrão de competitividade do São Paulo contra adversários diretos — em 2025, já venceu Palmeiras, Atlético-MG e agora Flamengo em jogos grandes. Segundo, aumenta a pressão sobre o próprio Flamengo, cuja liderança ainda se sustenta na gordura acumulada no primeiro turno, mas que já começa a ser corroída por tropeços fora de casa. Com um elenco numeroso, mas nem sempre coeso, o time de Tite terá que administrar desgaste, convocações e o calendário apertado da Copa do Brasil. O São Paulo, com menos estrelas, mas mais padrão, avança como quem tem fome — e juízo.

A atuação deste domingo revela mais do que uma vitória: expõe um modelo que amadureceu. O torcedor tricolor, calejado por anos de promessas interrompidas, agora vê um time que se reconhece em campo. Não há espetáculo plástico nem lampejos geniais a cada jogo, mas há algo mais raro: um compromisso coletivo com a proposta. É cedo para decretar candidatura ao título, mas já se pode dizer — sem medo de parecer apressado — que este São Paulo deixou de ser apenas competitivo. Tornou-se confiável. E isso, nesse Brasileirão de 2025, é coisa que não se encontra na esquina.