Tottenham aposta em Rodrygo para reerguer projeto esportivo decadente
Clube tenta convencer Real Madrid e investe alto por mudança de patamar
O Tottenham, que encerrou a Premier League de 2024/25 apenas na 17ª colocação, flerta com um novo começo. À frente desse processo está o dinamarquês Thomas Frank, ex-Brentford, técnico com predileção por projetos a longo prazo e talentos versáteis. No topo da lista de desejos do clube inglês aparece o brasileiro Rodrygo, 24 anos, atualmente no Real Madrid. Com contrato até 2028 e currículo recheado de títulos — incluindo duas Champions e três LaLigas —, o atacante é tratado nos bastidores do Tottenham como "a joia da coroa" da reconstrução. Ainda não houve proposta oficial, mas segundo o jornal As, os valores cogitados superam os 90 milhões de euros (cerca de R$ 583 milhões), o que tornaria Rodrygo uma das maiores transferências da história do clube londrino.
A operação em curso revela ambição, mas também urgência. O Tottenham inicia 2025 sob a sombra de uma temporada desastrosa, marcada por baixo rendimento ofensivo e instabilidade tática. O modelo de Thomas Frank, que privilegia intensidade, leitura de espaço e adaptação rápida ao adversário, requer peças com inteligência de movimentação e tomada de decisão refinada — atributos que Rodrygo reúne com desenvoltura desde os tempos de Santos. No Real Madrid, o brasileiro nunca foi exatamente o protagonista, mas seu repertório técnico, somado à experiência continental, o credencia como peça-chave em um sistema que precisa de líderes técnicos e mentais. A leitura inglesa parece clara: Rodrygo não apenas joga, ele influencia o jogo.
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A possível transferência tem implicações múltiplas. Para o Real Madrid, vender Rodrygo representaria abrir espaço no elenco para novos nomes — em especial após a chegada de Mbappé, que inevitavelmente reduz o protagonismo do brasileiro. Já para o jogador, deixar o Bernabéu aos 24 anos seria, no mínimo, uma aposta arriscada. Apesar do status, o Tottenham está fora da Champions, sem lastro recente de conquistas, e mergulhado num processo de reestruturação financeira e esportiva. No entanto, um projeto que lhe ofereça centralidade pode ser o passo necessário para transformar um talento consolidado em uma referência absoluta. A resposta a esse dilema passa menos por cifras e mais pela convicção de onde — e como — Rodrygo quer escrever sua história nos próximos anos.
Há, porém, um ponto de atenção que vai além das especulações de mercado. O Tottenham, ao mirar Rodrygo como símbolo de renascimento, corre o risco de transformar a esperança em dependência. Um clube com orçamento bilionário precisa mais do que um nome de impacto: precisa de coesão, profundidade de elenco e estabilidade estrutural — três pilares que vêm faltando há tempos no norte de Londres. Rodrygo pode elevar o nível, sem dúvida. Mas, como diz o povo na Bahia, não se cozinha feijão só com cebola boa. Será preciso muito mais do que talento individual para resgatar a identidade competitiva do Tottenham. E, nesse contexto, a chegada do brasileiro pode ser o primeiro passo — mas jamais o único.
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