Vitória aposta em Carille para evitar nova queda

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Vitória aposta em Carille para evitar nova queda

 Técnico chega pressionado e já estreia contra rival direto

📷 Reprodução: X (Twitter) - ECVitoria

O Vitória não esperou nem esfriar o banco deixado por Thiago Carpini. Em menos de 24 horas, anunciou Fábio Carille como novo comandante, num movimento que mistura desespero com esperança. Aos 51 anos, o treinador — campeão brasileiro em 2017 com o Corinthians e responsável pelo acesso do Santos no ano passado — assume o Rubro-Negro em plena turbulência, com 11 pontos em 12 rodadas e um duelo direto contra o Internacional já neste sábado. Seu contrato vai até julho de 2026, mas no Barradão, esse tipo de vínculo raramente cumpre o ciclo natural.

Carille tem um perfil defensivo, disciplinador, de ideias mais reativas do que construtivas. Seu modelo tático privilegia a compactação, a segurança atrás e a transição rápida — algo que pode até combinar com a fragilidade técnica atual do elenco. Mas há um porém: o elenco do Vitória, reformulado mais uma vez este ano, carece de peças com leitura tática refinada. A missão de fazer o time render com pouco tempo de treino — e sem margem para erro — é desafiadora. A julgar pelos números da equipe, com apenas duas vitórias na competição, o novo técnico terá que tirar leite de pedra.

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A diretoria, mais uma vez, tenta apagar incêndio com balde de gasolina. A chegada de Carille é válida do ponto de vista curricular, mas escancara a ausência de planejamento — a demissão de Carpini veio justamente após o período mais precioso de treino no calendário. O que era pra ser uma virada de chave virou, de novo, improviso em cima da hora. O torcedor baiano, calejado de tantas promessas, já conhece o script: troca-se tudo no meio do ano e torce-se por um final feliz. É o famoso "correr atrás do prejuízo", expressão que, aqui no Nordeste, já virou quase sinônimo de gestão rubro-negra.

Carille é técnico de Série A. Isso é fato. Mas não faz mágica. Vai precisar de respaldo, de reforços pontuais e, sobretudo, de um clube que não mude de rumo a cada tropeço. O Vitória ainda respira fora da zona de rebaixamento, mas a diferença é tênue — e a maratona que vem pela frente exige mais que discursos de ocasião. Se quiser que 2025 não seja uma repetição em vermelho e preto dos anos anteriores, o Leão vai ter que parar de rosnar fora de campo e começar a jogar com firmeza dentro dele. 

 

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Sábado, 12 Julho 2025

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