Vitória constrói legado e transforma futebol de base no Brasil

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Vitória constrói legado e transforma futebol de base no Brasil

Rubro-Negro revelou campeões e redesenhou a formação nacional 

📷 Reprodução: X (Twitter) - ECVitoria

Entre as décadas de 1990 e 2000, o Vitória ergueu, na Toca do Leão, um dos projetos mais influentes da história do futebol brasileiro: a Fábrica de Talentos. O clube baiano revelou nomes como Dida, Vampeta, Hulk e David Luiz, sendo responsável por formar três campeões mundiais em 2002. Mais que um celeiro de craques, o Vitória pavimentou sua hegemonia local e exportou talento com uma ousadia que redesenhou o mercado nacional. Os números e as conquistas da época ainda ecoam pelos quatro cantos do Barradão.

O modelo rubro-negro não foi obra do acaso. A estratégia bem urdida começou com o investimento pesado em categorias de base, reforçado por uma rede de observadores espalhados pelo país e coragem para lançar jovens no profissional. Com Newton Mota à frente da base, o Vitória criou um sistema robusto que priorizava atletas da casa, com elencos onde 40% vinham da formação local. O time chegou a disputar torneios internacionais antes mesmo de muitos clubes do eixo Sul-Sudeste se organizarem. Era como quem diz: o Leão não andava de sandália frouxa.

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Na Bahia, essa virada de chave virou conversa de botequim, de mesa redonda, de reunião no final da tarde. O Bahia, que reinava soberano, foi surpreendido pela astúcia do rival, e a balança local mudou de lado. A construção do Barradão, somada à revolução na base, virou ponto de inflexão na história rubro-negra. Se antes o Vitória era um coadjuvante regional, naqueles anos passou a rivalizar com os grandes clubes formadores do Brasil, como São Paulo e Grêmio. O projeto não era só bom para o Leão — ele influenciou uma geração inteira no Nordeste.

Hoje, em pleno 2025, o cenário é outro. O Vitória precisa revisitar suas raízes se quiser retomar o protagonismo que já lhe pertenceu. Não é suficiente carregar a fama de berço de craques se a engrenagem formadora estiver enferrujada. O futebol moderno exige gestão séria, investimento contínuo e visão de longo prazo — caso contrário, vira saudade de tempo bom. O Rubro-Negro tem o exemplo, tem a história e tem, mais que nunca, a responsabilidade de resgatar sua Fábrica de Talentos. Como se diz por aqui: quem já ensinou, pode muito bem reaprender. 

 

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Quinta, 03 Julho 2025

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