Vitória repete erros e cai com vaia no Barradão
Carpini não entrega cargo após vexame para o Confiança
O Vitória abriu mão de mais um título regional em plena noite de terça-feira, dentro do seu caldeirão — e saiu vaiado. A derrota por 1 a 0 para o Confiança, pelas quartas da Copa do Nordeste, expôs mais que falhas técnicas: revelou um time sem alma, um comando instável e um torcedor farto de discursos. O gol de Rafinha nos acréscimos fechou a conta de uma eliminação melancólica, após recesso de trinta dias e promessas de reencontro com o bom futebol. Ao fim, restou o microfone para Thiago Carpini admitir: "foi vergonhoso".
Taticamente, a equipe entrou com três zagueiros tentando esconder suas fragilidades, mas só revelou indecisão. O jovem Maykon foi lançado sem lastro, a linha de cinco virou um convite ao adversário, e a falta de conexão entre meio e ataque travou qualquer reação. Nem a tentativa de mudança com mais um atacante resolveu: a equipe seguiu sem criação, sem intensidade e, sobretudo, sem identidade. Carpini tentou justificar com a perda de peças e a chegada tardia de reforços — mas o futebol, como se sabe, não espera desculpas.
📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H: Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp
Aqui na Bahia, quem conhece o chão de Barradão sabe: o torcedor do Vitória não aceita ser tratado como plateia de ensaio. As quedas na Copa do Brasil, na Sul-Americana, no Baianão e agora no Nordestão fazem de 2025 um compêndio de frustrações. Nem o Intermunicipal revela um enredo tão repetido. E comparar esse time ao que subiu com bravura em 2023 é como olhar para a seca de hoje e lembrar da cheia de ontem. O orgulho rubro-negro anda encolhido — e não é por falta de amor, é por cansaço mesmo.
Se Carpini segue no cargo, é por teimosia ou fé — não por resultado. Mas fé, por si só, não mete gol nem segura pressão. O Vitória precisa parar de trocar pneu com o carro andando e assumir que o problema é de projeto, não só de peças. A Série A é dura e não perdoa quem patina em julho. Ou o Leão reencontra sua mística e coragem, ou segue como bicho manso, esperando o próximo tombo. Porque a verdade é simples: do jeito que vai, o rubro-negro não mete medo nem em time de Série C.
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.