Wembanyama cresce novamente e coloca NBA diante de dilema físico
Pivô francês atinge 2,235 metros e reacende debate sobre resistência corporal
O Media Day da NBA trouxe uma informação que parece saída de almanaque: Victor Wembanyama, 21 anos, continua crescendo. O pivô do San Antonio Spurs foi registrado com 2,235 metros, um aumento de 1,25 centímetro em relação à temporada anterior. Em meio à preparação para o campeonato de 2025-26, o francês, já ícone global, volta a chamar atenção não apenas pelo talento, mas pela anatomia que desafia padrões históricos da liga. O espanto é amplificado pelo fato de o jogador ter superado uma trombose venosa no ombro direito no início do ano, condição que poderia ter abreviado carreiras menos resilientes.
Tecnicamente, a evolução física de Wembanyama gera impactos diretos no jogo. O aumento da estatura amplia o alcance defensivo e reforça sua condição de intimidador no garrafão, onde já registrou média de 3,8 tocos na última temporada. Contudo, esse crescimento contínuo levanta dúvidas sobre equilíbrio corporal e preservação articular, sobretudo em um atleta que combina envergadura incomum a deslocamentos de ala. O desafio do Spurs, sob o comando de Gregg Popovich e sua comissão, será administrar essa singularidade sem restringir o potencial criativo do atleta em quadra.
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As consequências vão além do rendimento imediato. A NBA, que já vê em Wembanyama um dos pilares de marketing global, terá de lidar com a narrativa de um jogador em expansão física mesmo após atingir a idade adulta. O impacto comercial é evidente, mas o risco médico acompanha de perto. Qualquer sinal de desgaste ou lesão grave poderia alterar a rota planejada para transformar o francês em rosto de uma geração. No ambiente competitivo, rivais precisarão adaptar estratégias a um adversário que amplia, literalmente, os limites do jogo.
A leitura crítica não pode ignorar o paradoxo: o fascínio pelo atleta que continua a crescer convive com a apreensão de quem acompanha a história do esporte. Gigantes anteriores, de Yao Ming a Gheorghe Muresan, viram carreiras abreviadas por problemas crônicos. Wembanyama, no entanto, demonstra preparo físico e mental diferenciados, sustentado por uma estrutura de apoio que inclui ciência de ponta e gestão criteriosa. O futuro dirá se o corpo suportará a ambição. Por ora, o francês reafirma sua condição de fenômeno que obriga o basquete a repensar até onde vai a lógica do possível.
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