Uma funcionária que preferiu não ser identificada - por temer represálias - informou à reportagem que a irregularidade no pagamento dos salários já vem acontecendo há aproximadamente um ano. "Desde as últimas eleições municipais, no ano passado, a situação começou a se complicar, ou seja, atrasos no pagamento dos nossos salários se tornaram uma situação constante: há meses recebemos com mais de 20 dias de atraso, complicando a nossa situação financeira com atrasos de contas, pagamentos de juros por conta de atraso, uma situação muito constrangedora", classificou a funcionária que trabalha em uma das policlínicas da cidade.

O quadro no momento é de atraso no vencimento de profissionais da empresa que atuam em policlínicas na sede e na zona rural do município. "É complicado porque, por exemplo, colegas que atuam no Hospital da Mulher pertencentes à mesma empresa, já receberam os vencimentos, o mesmo acontecendo com outros profissionais que atuam nos PSFs. É muito estranho isso e não se entende o porquê dessa diferença", afirmou.

Outra profissional que é técnica de enfermagem e atua em outra policlínica da cidade, disse que a principal consequência dessa situação corriqueira é o abalo emocional dos profissionais que tentam seguir exercendo ofício sem prejuízos para a comunidade. "É difícil administrar isso porque as pessoas não têm nada a ver, é um problema da empresa conosco e isso é muito triste porque a gente trabalha com pessoas, temos que atender bem, dar a atenção necessária, porém é difícil com tantos problemas", relata, "Tem colegas que se você chegar na casa, a geladeira tá vazia. Até para vir trabalhar tá difícil porque não temos dinheiro para o transporte. O pior é que ligamos para a empresa, procuramos o setor pessoal e eles não têm previsão nenhuma de nos pagar. É um absurdo porque somos mães e pais de família, que querem apenas receber o que é de direito", complementa.

Um dos repórteres do FOLHA DO ESTADO, se passando por funcionário, manteve contato com o IMAPS em busca de uma reposta, se tinha uma previsão de pagamento dos salários atrasados desde o começo do mês de outubro e a resposta é que não se tem uma previsão de pagamento e não há uma justificativa para o atraso. Outra informação, passada pela empresa para os funcionários é de que o contrato entre a empresa e a prefeitura municipal se encerrou desde o mês de agosto.

O secretário municipal de Saúde, Marcelo Britto, em contato com o FOLHA DO ESTADO disse que estaria verificando a situação da empresa junto ao Município. "Não tenho informações sobre essa situação de atraso de salários dos funcionários. Sobre essa questão de contrato, de renovação de vinculo é uma coisa que já foge da minha alçada, mas vou buscar junto ao setor competente, no caso de licitações para verificar como está este processo. Tão logo tenha uma resposta estarei me pronunciando", declarou.