Bahia alcança segunda maior população indígena do Brasil; Feira de Santana tem 6.6 mil autodeclarados

GeralCenso 2022 do IBGE

Bahia alcança segunda maior população indígena do Brasil; Feira de Santana tem 6.6 mil autodeclarados

A Bahia ficava abaixo apenas do Amazonas 

Crédito: Guilherme Gnipper/Funai

Em 2022, a Bahia era o estado com a segunda maior população indígena do país: 229.103 pessoas, que representavam 13,5% dos 1.693.535 indígenas identificados pelo Censo Demográfico no Brasil. Em Feira de Santana são 6.621 autodeclarados indígenas (ver gráfico abaixo).

A Bahia ficava abaixo apenas do Amazonas, onde 490.854 pessoas se declararam ou se consideraram indígenas, representando 29,0% do total recenseado nacionalmente.

Os 27 estados brasileiros tinham a presença de população indígena em 2022, mas os 5 com maiores contingentes (Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Roraima) concentravam 6 em cada 10 indígenas brasileiros (61,3% do total).

Frente ao Censo 2010, quando somava 60.120 pessoas, a população indígena na Bahia quase quadruplicou. Cresceu 281,08%, o que representou mais 168.983 pessoas se declarando ou se considerando indígenas em 12 anos.

Foi o segundo maior aumento absoluto do país, abaixo do registrado no Amazonas (+ 307.340 indígenas em 12 anos), e, também, o segundo maior crescimento em termos percentuais, só menor do que o do Rio Grande do Norte (+351,48%). Apenas dois estados viram sua população indígena diminuir entre 2010 e 2022: Sergipe (menos 513 pessoas ou -9,83%) e Distrito Federal (menos 315 ou -5,14%).

No Brasil como um todo, os 1.693.535 indígenas recenseados em 2022 representaram um crescimento de 88,82% nessa população, que era de 896.917 indígenas em 2010.

O aumento do número de indígenas é resultado não apenas de componentes demográficas (nascimentos, mortes e migração), mas também da ampliação da aplicação da segunda pergunta sobre identificação indígena em diversas localidades fora das Terras oficialmente delimitadas; e de aprimoramentos na metodologia de abordagem e coleta e no monitoramento do trabalho de campo dos recenseadores.

Segundo o Censo 2022, a Bahia também era o estado com o segundo maior número de domicílios particulares permanentes ocupados em que ao menos uma pessoa se declarou ou se considerou indígena: 121.166. Esse total representava cerca de 1 em cada 5 domicílios indígenas do Brasil, ou 19,2% dos 630.041 identificados no país, e era menor apenas do que o do Amazonas (132.925).

As pessoas indígenas eram 1,62% de toda a população baiana. Essa proporção foi o dobro verificada no Brasil como um todo, onde 0,83% da população era indígena, e a quinta mais elevada do país, num ranking liderado por Roraima (15,29% da população indígena), Amazonas (12,45%) e Mato Grosso do Sul (4,22%).

A proporção de população que era indígena na Bahia também mostrou crescimento expressivo frente a 2010, quando era 0,43%, apenas a décima quarta entre os 27 estados. No Brasil como um todo, essa proporção era de 0,47%, no Censo 2010.

Dentre todos os domicílios ocupados na Bahia, 2,28% tinham ao menos um/a morador/a indígena, também uma proporção bem acima da nacional (0,87%).

Salvador é o quarto município e a segunda capital do Brasil com mais indígenas

Em 2022, foi encontrada ao menos uma pessoa indígena em 411 dos 417 municípios da Bahia, ou 98,6% do total. Não tinham nenhum/a indígena apenas Cordeiro, Malhada, Piripá, São José do Jacuípe, Saubara e Sebastião Laranjeiras.

Houve uma ampliação da presença indígena no estado frente a 2010, quando ela havia sido constatada em 391 municípios, ou 93,8% do total.

No Brasil como um todo, foi recenseada população indígena em 4.832 municípios, ou 86,8% do total. O número também cresceu frente a 2010, quando havia indígenas residindo em 4.480 municípios (80,4% do total).

Os três municípios com mais indígenas na Bahia estão entre os 25 maiores do Brasil.

Salvador, com 27.740 pessoas indígenas em 2022, o maior contingente do estado, era o quarto município e a segunda capital com mais indígenas no país. Ficava atrás de três cidades amazonenses: Manaus (71.713 indígenas), São Gabriel da Cachoeira (48.256) e Tabatinga (34.497).

A população indígena soteropolitana também praticamente quadruplicou frente a 2010, quando somava 7.563 pessoas. O aumento de 266,79% no período representou mais 20.177 indígenas na capital baiana, em 12 anos. Foi o segundo maior aumento da população indígena ente as capitais, em termos absolutos e percentuais.

Porto Seguro, com 17.771 indígenas, era o segundo município com mais indígenas na Bahia e ocupava a décima quarta posição nacional; e Ilhéus, com 12.974 indígenas, tinha a terceira maior população indígena do estado e ficava em vigésimo primeiro lugar no ranking brasileiro.

Na Bahia, houve mudanças na lista dos dez municípios com maiores populações indígenas, entre 2010 e 2022. Salvador e Porto Seguro ficaram com as duas primeiras posições em ambos os Censos, e Prado também sustentou o sétimo lugar.

Santa Cruz Cabrália cedeu a terceira posição para Ilhéus, caindo para quarta lugar; Feira de Santana subiu da 10a para a 6a posição; e Eunápolis, Paulo Afonso, Lauro de Freitas e Camaçari estrearam no top-10, no Censo 2022. Por outro lado, Pau Brasil, Banzaê, Itaju do Colônia e Glória deixaram esse ranking.

 

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