Evento reúne associações e empreendedores de toda a Bahia em Feira de Santana
O evento é promovido pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Bahia (Faceb) em parceria com o Sebrae
Lideranças empresariais, empreendedores e representantes de associações comerciais de toda a Bahia estão reunidos, nesta segunda-feira (20), no Centro de Convenções, em Feira de Santana, para participarem do XIII Encontro Estadual do Empreender e o III Encontro Estadual do CMEC – Conectando Histórias, Transformando Realidades.
O evento é promovido pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Bahia (Faceb) em parceria com o Sebrae e conta com uma vasta programação durante todo dia, com palestras, talk shows, e apresentações de cases de sucesso, com temas voltados ao fortalecimento do associativismo empresarial, inovação e busca de soluções em um espaço de integração e troca de experiências.
Em entrevista ao Folha do Estado, o presidente da Faceb, Clóvis Cedraz, falou sobre a importância e os resultados positivos que o programa Empreender tem trazido às empresas participantes.
"Esse programa visa estrutura as empresas e torná-las mais eficientes. Esse projeto foi uma concessão da HWK, que é uma organização empresarial da Alemanha, e eles tanto fizeram a concessão da metodologia quanto aportaram recursos nos dois primeiros anos. Daí em diante, o Sebrae se tornou um grande parceiro desse programa, aportando recursos juntamente com as empresas e associações comerciais para manutenção dele. Não há registro de empresa que tenha participado deste projeto até hoje que tenha fechado as portas, ou seja, o projeto traz vida longa para as empresas, dando orientação e inclusive prestando orientação para ampliar o faturamento, o raio de ação e incremento do número de empregos", argumentou Cedraz.
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Cedraz destaca que a Faceb vem realizando um árduo trabalho de transformação da cultura empresarial na Bahia através do Empreender, elevando o patamar das empresas.
"Gostaríamos muito de ter recursos suficientes para atuar na Bahia inteira, com todos os empresários, mas temos dificuldades, por exemplo, com a falta de cultura associativa de alguns municípios, que não têm Associação Comercial; outras empresas acham que não têm tempo, mas estamos transformando isso, fazendo uma mudança de cultura, e na medida que as empresas participam, percebem que estão mudando de patamar. Nós reunimos empresas do mesmo setor para discutir os problemas e buscamos encontrar a solução. Muitas vezes um empreendedor abre uma empresa, mas não tem a orientação necessária e não procura os parceiros ideais, as escolas de formação profissional, as associações comerciais são um bom caminho para aumentar o negócio. Mas as empresas que participam do programa tiveram uma transformação", concluiu.
O presidente da Associação Comercial de Feira de Santana (Acefs), Genildo Melo, parabenizou a iniciativa da Faceb.
"Esse é um evento regional, com mais de 20 cidades sendo representadas aqui hoje pelas associações comerciais. Quero parabenizar a Faceb, por esse evento extraordinário, e por fazer um trabalho importante para o associativismo, não apenas em Feira de Santana, mas em toda a Bahia. Clóvis Cedraz é um presidente bastante atuante e que apoia todos esses eventos. Cada região do nosso estado tem seus problemas e esse encontro visa trocar ideias, informações, pois temos presidentes de todas as associações comerciais da Bahia, cada um trazendo suas pautas, que aqui serão discutidas para levarmos às autoridades nossa visão em todo o estado", pontuou.
A conselheira estadual do Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura na Bahia (CMEC), Herriette Cedraz, falou sobre como o evento agrega no fortalecimento do empreendedorismo feminino.
"Esse é um evento que está sendo trabalhado desde o início do ano. Estamos trazendo diversos municípios da Bahia, onde a Federação das Associações Comerciais trabalha com suas associações com produtos e serviços, que agregam para o empreendedorismo e também fortalece os empreendimentos femininos. Hoje teremos a casa cheia de pessoas que produzem, geram emprego, renda, e o empresário é aquele que consegue lucro e faz dele uma marca para o sustento da família. Temos aqui uma programação extensa com informação técnica, interação e troca de cases de sucessos."
O gerente regional do Sebrae, Isailton Reis, ressaltou o papel do órgão como impulsionador dos pequenos negócios, através do Empreender.
"Estamos felizes de participar mais uma deste evento, feito em parceria com a Faceb, com um grupo de mulheres, o governo do estado, com este projeto de destaque na lógica do associativismo, que é o Projeto Empreender. A partir da nossa relação com a Associação Comercial, e da formação de grupos desse segmento específico, a gente cumpre o papel do Sebrae, que é apoiar os pequenos negócios e fomentar o empreendedorismo. Esse é um programa para o qual durante o ano todo o Sebrae junto com as associações disponibiliza recursos para capacitações e promoções de mercado dos pequenos empresários."
A empreendedora Vanda de Jesus Moraes, da cidade de São Felipe, na região do Recôncavo Baiano, participou do Encontro. Ela montou um estante juntamente com outras mulheres, onde puderam demonstrar seus produtos aos demais participantes.
"Hoje estou aqui apresentando meus produtos, que são trabalhos manuais, e sequilhos artesanais, feitos de amido de milho, mandioca, trigo, mas são produtos feitos em casa. Passei a empreender desde o período da pandemia, quando tive que parar minhas funções fora de casa, e isso foi agregando valor à minha renda", contou.
Há um ano associada ao CMEC de São Felipe, a empreendedora Antônia Barbosa fabrica doces artesanais, feitos com leite produzido em sua propriedade rural. "É uma renda complementar, mas vendo bastante. Empreendo também com geleias, biscoitos, faço entregas e vendo na feira da minha cidade."
A presidente do CMEC em São Felipe, Valdisia Alves, afirmou que o conselho trouxe mais visibilidade às mulheres empreendedoras do município. "O CMEC trabalha o social, a cultura e também o comercial, dessas mulheres, que se juntam e mostram seus produtos, como artesanatos, produtos de culinária, bordados."
Segundo Eguinaldo Cerqueira, presidente da Associação Comercial de São Felipe, a entidade tem o CMEC como braço direito.
"A implantação do órgão há 1 ano veio com o desejo de olhar pelo pequeno produtor, para aquele que não tem vez nem voz e não tem uma porta ou um CNPJ aberto em um centro comercial e fica escondido. Então a gente avaliou a possibilidade de ver essas mulheres empreendedoras como membros da Associação Comercial e criamos o CMEC na cidade de São Felipe. São mulheres que não falavam muito em público, e hoje já falam no microfone e mostram como evoluíram neste cenário de informalidade e participam de feiras em São Felipe."
De acordo Eguinaldo Cerqueira, São Felipe tem um atendimento diferenciado no comércio, feito por pessoas acolhedoras, e com produtos próprios, como a farinha de copioba, que é do Vale da Copioba, a qual abrange São Felipe, Cruz das Almas e Nazaré das Farinhas. "Então é uma cidade que por estar longe da BR, há 18km da BR-101, tem um comércio muito mais forte que outras cidades que estão mais próximas da rodovia. Temos uma movimentação muito grande, como centro da zona rural de várias cidades."
Também presente ao evento, o deputado federal José Neto elogiou o empenho da Faceb, em reunir as lideranças empresariais, empreendedores, e associações comerciais de toda a Bahia.
"A associações em todo o Brasil, como aqui em Feira, têm um papel fundamental, principalmente hoje que há um grande embate, silencioso, mas drástico, entre o mundo físico do comércio, da indústria e serviços, com o mundo digital, que é mais privilegiado e precisamos sintonizar as necessidades e interesses. O governo federal juntamente com o Congresso conseguiu aprovar a Reforma Tributária, e a partir de 2027, teremos saltos qualitativos imensuráveis. Na Bahia, temos mantido constantemente o diálogo entre o setor empresarial e o governador Jerônimo, o secretário de Desenvolvimento, Ângelo Almeida. Eu acompanho isso e faço no dia a dia muitas interlocuçações com o governo federal, sempre em busca de melhorar o ambiente de negócios e diminuição do chamado Custo Brasil", disse.
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