Maio Amarelo: 61% das vítimas de acidentes de trânsito atendidos no HGCA são de Feira de Santana
Dos acidentes registrados entre janeiro e março deste ano pelo hospital regional, 634 foram envolvendo motociclistas e
O Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), um dos maiores hospitais da região centro-leste do estado da Bahia, já registrou nos três primeiros meses deste ano 689 atendimentos de vítimas de acidentes violentos no trânsito. Em 2024, o setor da emergência contabilizou 3.151 casos.
De acordo com a diretora da unidade hospitalar ao Folha do Estado, Cristiana França, apesar de o Clériston atender a 126 municípios no estado, mais da metade das vítimas são moradoras de Feira de Santana.Sinalização precária
Diante da gravidade dos índices, sobretudo em meio à realização da campanha Maio Amarelo, Cristiana França afirmou que vem dialogando com a Superintendência Municipal de Trânsito (SMT) para que, dentre outras ações, como campanhas educativas e fiscalização, melhore a sinalização nas vias da cidade.
"O superintendente de trânsito aqui de Feira de Santana demonstro ser uma pessoa extremamente sensível, preocupada com os índices, já que as pesquisas demonstram que o maior número de pacientes que chegam por acidente de veículos, quer seja carro ou moto, é do município de Feira de Santana. Para se ter uma ideia, 61% dos nossos atendimentos de acidente vêm do município. E nós estamos ainda fazendo as elaborações de propaganda para prevenção disso. A gente precisa que a cidade tenha melhor sinalização, porque realmente demanda ainda muito essa falta, então isso faz com que as pessoas fiquem sem saber direito e a sinalização serve como guia", observou a diretora do HGCA, destacando também a importância da manutenção das blitzes.
Superlotação
Dos acidentes registrados entre janeiro e março deste ano pelo hospital regional, 634 foram envolvendo motociclistas e apenas 55 envolveram carros de passeio. Já em 2024, das 5.270 ocorrências, 2.853 estão relacionados a motos (77%) e 298 foram vítimas de acidentes de carro. O impacto da violência no trânsito, segundo Cristiana França, além de causar a superlotação do setor do Ortotrauma, se reflete também em sequelas não apenas físicas, mas também emocionais.
Prejuízos aos cofres do estado
A diretora revelou ainda que o HGCA gasta quase 3 milhões de reais mensalmente só com Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME).
"É um custo muito grande. Para que as pessoas entendam, o OPME é quando a gente bota no osso, placa, parafuso, e esses materiais são muito caros, porque são materiais em que a gente tenta recompor o osso. Então, não é só o prejuízo financeiro, mas as sequelas que a gente deixa nesses pacientes, que perdem um membro, que ficam em cadeira de rodas. E o pior de tudo é que a idade desses pacientes está cada vez menor. Hoje a gente tem o maior número de atendimentos para pessoas em torno de 15 a 35 anos. A mesma coisa se reflete no óbito. Esses pacientes que vão ao óbito são de idade produtiva. A gente precisa trabalhar mais em cima da prevenção", declarou.
Traumas mais comuns
Os tipos de traumas mais comuns no dia a dia da emergência, conforme Cristiana França, são os relacionados aos membros inferiores e na região da cabeça, por falta do uso do capacete ou a utilização de forma errada.
"A gente tem muito trauma de cabeça, de coluna, que a gente chama de trauma raquimedular, TRM. Mas a grande maioria dos acidentes que chegam aqui é de membros inferiores: fratura de fêmur, de tíbia, que normalmente ela é exposta, que é um outro problema que a gente tem, muita fratura exposta, e esses pacientes precisam rapidamente ser colocado fixador para evitar infecção", explicou.
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