Mercado enfrenta dificuldades para abastecimento de repelentes em Feira de Santana

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Mercado enfrenta dificuldades para abastecimento de repelentes em Feira de Santana

Os fabricantes não estão dando conta da demanda 

Crédito: Mário Sepúlveda/FE

Tem sido recorrente a procura por repelentes, dada a epidemia de dengue que o Brasil vem enfrentando desde o fim de 2023. De acordo com uma pesquisa da Nielsen IQ, em janeiro deste ano, as vendas dos produtos que protegem contra picadas de mosquitos avançaram 48,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Luan Marques, vendedor em uma drogaria da cidade, diz que por conta da alta demanda e baixa oferta, o preço do repelente será inflacionado, no mercado. "O pessoal está procurando bastante, tentamos até fazer pedido na distribuidora, mas está em falta. A tendência é que os valores aumentem, devido a lei da oferta e procura. Temos hoje vários preços que variam de R$17,99 a R$39,99".

Em uma farmácia localizada no bairro SIM, em Feira de Santana, a proprietária diz que também está com dificuldades para abastecer o estoque, pois os fabricantes não estão dando conta da demanda. "A procura está grande e a cada dia aumenta mais. Todos anos após o período de chuvas a procura costuma aumentar e acaba faltando produto de matéria-prima nos laboratórios. Nosso estoque acabou e os laboratórios não dão previsão nenhuma de quando vai chegar mais produtos. O fato é muito preocupante porque a população fica exposta", reclama Ádria Sousa.

Já a farmacêutica, Saionara Almeida, que trabalha em uma filial de uma rede de farmácias, diz que apesar do aumento da demanda, o movimento ainda não refletiu nos preços e que não encontrou dificuldades na compra do produto. "As vendas estão bem promissoras, saindo bastante repelente devido ao surto de dengue que estamos enfrentando. Apesar disso não tivemos reajuste no preço do produto, inclusive, fizemos até promoção, há poucos dias. Temos abastecimentos todos os dias do produto para garantir estoque porque estamos com muita demanda dos consumidores", diz.

Adriana Araújo, estava pesquisando sobre tipos de repelentes, mas confessa que nunca tinha feito uso do artigo antes. "Ainda não comprei, mas hoje estava conversando com os filhos sobre a necessidade de comprar um repelente, para tentar se proteger da dengue. Vou logo garantir a compra, mas vou preferir comprar pelo aplicativo", conta.

Uso correto do repelente

A cientista Gabriela Bailas, PhD em química, explica a melhor maneira de passar o repelente. "As pessoas que praticam exercícios físicos ou que têm atividades de alta exposição ao calor, que segundo pesquisas científicas, liberam componentes como ácidos láticos e amônia que atraem os mosquitos e por isso a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) indica utilizar o repelente também por cima da roupa, principalmente, nesses casos. Entretanto, a SBD, alerta para não passar o produto por todo corpo por risco de intoxicação e evitar pescoço, rosto e mãos", recomenda.

"O repelente mais eficaz contra a dengue é vendido aqui no Brasil. Entre as proteções individuais disponíveis atualmente, o uso de repelentes tópicos é considerado o mais eficaz. Dos repelentes disponíveis no mercado, apenas dois têm eficácia comprovada e são eles os à base de DEET e Icaridina. Contudo, estudos realizados no Brasil, incluindo os do projeto Zika mostram que os repelentes que contém Icaridina na concentração de 25% são os mais eficazes, o que não quer dizer que os outros não funcionam, mas agem por menos tempo e têm menor atividade", alerta.

Maior consumo entre os brasileiros

De acordo com pesquisa de mercado da Innovare, o volume de repelente vendido aumentou 27%. A maior concentração é na classe AB, chegando a 27% da população e 34% das unidades compradas. Por exemplo, só a região da Grande Rio de Janeiro representa 12% dos repelentes comprados no país.

O número de inseticidas adquiridos em 2023 bateu recorde nos últimos cinco anos: foram mais de 131 milhões de unidades vendidas. O número é 11% a mais do que em 2018 e a maior concentração do consumo é nas regiões Norte e Nordeste, que representam 34% do total comprado.

 

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