Motociclistas por aplicativos denunciam abusos das plataformas durante manifestação em Feira

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Motociclistas por aplicativos denunciam abusos das plataformas durante manifestação em Feira

 Trabalhadores esperam pressionar plataformas a melhorarem condições de trabalho e remuneração.

Foto: Mário Sepulveda/ FE

Quem precisou de uma corrida ou entrega de mercadorias, na manhã desta terça-feira (1), em Feira de Santana, encontrou muita dificuldade ou talvez nem tenha conseguido atendimento ao seu pedido por meio dos aplicativos Uber e 99moto. O motivo  foi a paralisação dos motociclistas, prestaodores desses serviços.

O protesto ocorreu no estacionamento do Estádio Alberto Oliveira (Joia da Princesa), no bairro Jardim Cruzeiro, com o objetivo de denunciar os abusos praticados pelas plataformas e pressioná-las, de alguma forma, a melhorarem as condições de trabalho e remuneração dos trabalhadores.

"Estamos nos mobilizando contra os abusos das plataformas Uber e 99. A realidade atual é de pessoas com doenças físicas e psicológicas, endividadas e motos sucateadas, porque não estamos conseguindo mais bater nossas metas", afirmou um dos manifestantes ao Folha do Estado.

Foto: Mário Sepulveda/ FE

Big Techs

O entrevistado destacou ainda que essas empresas são Big Techs (Empresas de Tecnologia e Comunicação), que não têm sede em Feira de Santana, e não oferecem um suporte adequado aos prestadores de serviços, muito menos qualquer tipo de benefício.

"Não temos nenhum contato com eles, e quando a gente precisa cancelar uma viagem ou quando tem algum problema é a maior dificuldade. O único contato é via chat no aplicativo, mas muitas vezes eles não respondem."

Valores das corridas

Os valores das corridas é outro motivo de grande insatisfação. Uma corrida entre 6 e 7km que antes custavam entre R$ 9 e R$ 10, atualmente custa entre R$ 4,30 a R$5.

"Estamos rodando até de madrugada, e se recursarmos três viagens por ser área de risco, o aplicativo não toca mais. Estamos afundados em dívidas no cartão, pedindo dinheiro emprestado, porque não conseguimos fazer dinheiro. O único contrato que temos com essas empresas é quando a gente baixa o aplicativo online, a gente clica muitas vezes sem nem saber do que se trata", afirmou o motociclista.

Foto: Mário Sepulveda/ FE

Mobilização Nacional

O protesto desta terça-feira, em Feira de Santana, faz parte de uma mobilização maior que ocorre nacionalmente, chamada Breque Nacional dos Apps 2025. O movimento é seguido por trabalhadores em 20 estados, dos quais também fazem parte os entregadores.

Segundos os organizadores do movimento, os ganhos são incompatíveis com o custo de atual, como o aumento do preço dos combustíveis, a manutenção dos veículos, os gastos essenciais de sobrevivência, além dos riscos envolvidos na atividade.

Em São Paulo, por exemplo, milhares de motociclistas se reuniram para protestar na Avenida Paulista. A paralisação teve início na tarde de segunda-feira (31) e continua nesta terça-feira (1).

De acordo com a CNN Brasil, os trabalhadores entrevistados definem o atual modelo de trabalho via aplicativos como 'escravidão moderna', com a precarização e exploração dos prestadores de serviço.

À CNN, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa empresas como 99, iFood e Uber, informou que respeita o direito de manifestação e mantém canais de diálogo com os trabalhadores. 

 

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Quinta, 01 Mai 2025

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