MP inspeciona unidades de acolhimento à população em situação de rua durante a Micareta

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MP inspeciona unidades de acolhimento à população em situação de rua durante a Micareta

A visita teve como principal objetivo avaliar o impacto da festa nos serviços de acolhimento temporário

Foto: Divulgação/ MP
Passagem. É o que mais se espera nas duas unidades de acolhimento temporário para pessoas em situação de rua em Feira de Santana. Um homem de 60 anos, vindo do Rio de Janeiro, busca voltar para Maceió, sua terra natal. Duas jovens chegaram à cidade há apenas dois dias, em pleno ritmo da Micareta, e sonham seguir viagem até São Paulo. Um casal de Minas Gerais espera apoio para seguir em direção à capital alagoana. 

Todos estão de passagem e em busca dela. Enquanto isso, se acomodam nas unidades que, neste período de festa, veem a população crescer rapidamente, sem que estejam preparadas de forma proporcional para atender a demanda. Foi o constatado pelo Ministério Público da Bahia (MPBA) durante inspeções realizadas neste sábado, pela equipe da Central de Apoio Técnico (Ceat) e de assistência social, conduzidas pela promotora de Justiça Andrea Scaff.

A visita teve como principal objetivo avaliar o impacto da festa nos serviços de acolhimento temporário, cuja procura aumenta consideravelmente em razão da vulnerabilidade social agravada no período. Foram inspecionados o Palácio da Casa da Passagem, no bairro Jardim Acácia, e o Centro de Acolhimento Temporário à População de Rua, localizando no Centro. A primeira destinada exclusivamente a homens e a outra voltada a mulheres e famílias. Além da promotora, a equipe contou com assistente social Thaís Rossine e os arquitetos Alexandre Matos e Giovana Estefani.

No Palácio da Casa da Passagem, no bairro Jardim Acácia, por exemplo, um grupo de 17 jovens foi acolhido na madrugada deste sábado. A unidade, que tem capacidade para 50 pessoas, já abrigava, ao longo do dia, um total de 25 pessoas — metade da lotação. 

Segundo informações coletadas no local, a instituição privada responsável pela unidade está há cinco meses sem receber os repasses municipais da Prefeitura de Feira, o que teria comprometido o fornecimento de itens básicos como alimentação, material de higiene, roupas de cama e vestuário para os acolhidos.

As duas unidades apresentam instalações precárias, com falhas estruturais, como infiltrações e fiações elétricas expostas. Foram identificados também abrigados sem documentação de identidade e falta de equipe de técnica especializada, como assistentes sociais. 

'São instituições temporárias, para poder abrigar a população em situação de rua, que precisa de um local adequado para passar alguns dias até prosseguir a jornada. Verificamos o impacto que a Micareta teve nas duas instituições, se elas se prepararam, com estruturação de equipe, kit alimentação e de higiene, e temos conversado com as direções das unidades para poder contribuir na melhoria do serviço", afirmou a promotora Andrea Scaff.

As informações colhidas serão organizadas em relatório técnico, com a indicação à Prefeitura Municipal das medidas a serem adotadas para o aperfeiçoamento do serviço. O MPBA tem procedimento instaurado para acompanhar o andamento desta política pública. A iniciativa integra o conjunto de ações do Ministério Público durante a Micareta, voltadas à fiscalização de políticas públicas e à garantia dos direitos fundamentais da população, sobretudo dos grupos em maior situação de vulnerabilidade. 

 

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Segunda, 05 Mai 2025

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