O Censo Demográfico de 2022 é o primeiro a trazer informações específicas para as comunidades quilombolas brasileiras. E, para incentivar e reforçar a importância da pesquisa nesses locais, o IBGE irá realizar, nesta quarta-feira (17), uma mobilização para o início da coleta nos territórios e demais localidades quilombolas do país.

Na Bahia, haverá um evento no Território Quilombola de Ilha de Maré, em Salvador. Às 10h, será realizada uma reunião de abordagem entre representantes nacionais e estaduais do IBGE, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e dos agrupamentos quilombolas conhecidos na ilha. Em seguida, será possível acompanhar o início da coleta do Censo nessas localidades.

Com o maior percentual de população auto declarada preta do Brasil (21,5% ou 1 em cada 5 pessoas, em 2021), a Bahia é o estado com mais localidades quilombolas, segundo as informações da Base Territorial Censitária do IBGE.

Em 2019, havia 1.046 áreas quilombolas em território baiano, 17,5% das 5.972 contabilizadas em todo o país. A quase totalidade das localidades quilombolas baianas não eram oficialmente delimitadas: situação de 1.006 delas, ou 96,2% do total. Em março de 2019, apenas 40 (3,8%) estavam regularizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) ou outro órgão estadual de terras.

As localidades quilombolas estão bastante disseminadas por todo o estado, existindo em cerca de 6 de cada 10 municípios baianos. Das 417 cidades da Bahia, 245 (57,4%) têm ao menos uma localidade quilombola, inclusive a capital, Salvador. Só em Ilha de Maré são conhecidos 6 agrupamento quilombolas, onde a estimativa é que haja cerca de 640 domicílios.

Vitória da Conquista (28 localidades quilombolas), Campo Formoso (25), Bom Jesus da Lapa (23), América Dourada, Bonito e Seabra (cada um dos três com 19 localidades) lideram em número de localidades quilombolas.