Reitora alega que UNEB foi vítima no caso dos diplomas falsificados

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Reitora alega que UNEB foi vítima no caso dos diplomas falsificados

Pelo menos 65 pessoas usaram documentos falsos para obter registros no Rio de Janeiro 

Crédito: Divulgação

A reitora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Adriana Marmori, fez um pronunciamento por vídeo, ontem, sobre o caso do  crime de falsificação de diplomas descoberto pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj). Ela informou que a instituição pública de ensino superior foi vítima da situação, ressaltando o reconhecimento do curso de medicina da universidade baiana e estando à disposição para ajudar na apuração.

De acordo com a Polícia Federal do Rio de Janeiro, pelo menos 65 pessoas usaram os documentos forjados com papel de qualidade semelhante e reproduzindo a marca da Uneb para obter registros profissionais de médico no estado.

Em nota, a Uneb informou que recebeu ofício do Cremerj em 18 de janeiro do ano passado, requerendo a comprovação da veracidade de atas de colação de grau, diplomas e históricos escolares dos falsos médicos. Após consulta às bases de dados acadêmicos, foi constatado que os nomes apresentados não pertenciam a alunos ou egressos da Uneb, confirmando que não foram emitidos ou assinados pela universidade, portanto, ilegítimos.

Ao tomar conhecimento, as autoridades competentes no Estado da Bahia forma notificadas, em razão da necessidade de apuração do suposto crime de falsificação de documento público.

Além disso, acrescentaram que o e-mail usado pelos criminosos para envio dos documentos não pertence à instituição.

Registro

A situação foi vista com preocupação pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), informando que não inscreveu nenhuma das pessoas denunciadas depois que foi acionado pelo Cremerj no início do ano para esclarecer algumas questões.

"É inacreditável como as pessoas querem usar documentos falsos para se transformar em médicos. Isso é um perigo para a sociedade e para as pessoas porque é alguém que não tem uma formação adequada", afirma Otávio Marambaia, presidente do Cremeb.

De acordo com ele, o Cremeb tem verificado uma experiência muito grande de tentativas de documentos falsos. Para evitar isso, está sendo realizado um trabalho preventivo para coibir ainda mais a inscrição de falsos médicos, como a entrega da Carteira Profissional Médico (COM) e da Cédula de Identidade Médica (CIM) no dia da solenidade de formatura.

"Conosco, não aconteceria o que aconteceu no Rio de Janeiro porque sempre confirmamos com uma dupla checagem desses documentos com uma equipe treinada justamente para evitar a ocorrência de fraudes. Às vezes, as pessoas reclamam de excesso de zelo e de burocracia. Mas, é uma responsabilidade muito grande, como neste caso do Rio de Janeiro, com pessoas que não são médicas espalhadas possivelmente causando problemas", pontua o presidente.

No ano passado, o Cremeb impediu que três indivíduos com documentos falsos conseguissem obter o registro para atuar na Bahia. Eles solicitaram a primeira inscrição com diplomas expedidos pela Universidade Gama Filho (Rio de Janeiro), com data de formatura em 13 de janeiro de 2006, o que chamou atenção dos servidores do Conselho, já que, além deles terem ficado 16 anos sem solicitar o registro para exercer a profissão, a Gama Filho já foi fechada, sendo absorvida pela Faculdade Estácio de Sá.

O Cremeb também já promoveu, com o apoio da Polícia Federal e da ajuda de outros médicos, especialmente no interior, a prisão em flagrante de médicos atuando na Bahia. No final do ano passado, uma mulher foi presa em flagrante após identificar que a mesma atuava sem registro profissional de médico, se apresentando como a responsável pelo transporte de uma paciente da cidade de Santo Antônio de Jesus para Salvador.

O Ministério Público (MP) da Bahia informou que não recebeu nenhuma representação sobre o caso, que vem sendo investigado pela Polícia Federal do Rio de Janeiro.

Como a investigação já tinha sido iniciada no Rio de Janeiro, somente no caso de haver uma representação feita para a Bahia, o MP atuaria de ofício. 

 

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