O aumento das chamadas ínguas em regiões como pescoço, axilas e virilha pode ser um sinal de alerta para os linfomas – um tipo de câncer que tem origem nos linfócitos, células do sistema linfático responsáveis pela defesa do organismo contra infecções, e se desenvolvem principalmente nos linfonodos (ou gânglios linfáticos). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente este ano, a previsão é de mais de 15 mil novos casos no Brasil. Entre os dez mais frequentes no país, a neoplasia linfática apresenta mais de 40 subtipos, sendo divididos em duas categorias principais: o linfoma de Hodgkin (LH) e o linfoma não Hodgkin (LNH). O primeiro costuma afetar jovens de 15 a 40 anos. Já o segundo engloba um conjunto de diferentes linfomas, pode aparecer em diferentes partes do corpo e normalmente atinge pessoas mais velhas. Embora as causas exatas ainda sejam desconhecidas, fatores de risco como imunossupressão, doenças autoimunes, certas infecções virais e histórico familiar estão associados ao surgimento dos linfomas. "No entanto, em muitos registros, surgem sem um fator de risco claro", afirma o médico radiologista Luiz Ricardo Peixoto (CRM-BA 26.356/ RQE-BA 18.043). 📱 Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp
Sintomas que merecem atenção Um dos sinais mais comuns é o inchaço indolor dos gânglios linfáticos. Além disso, pode ocorrer febre sem motivos aparentes, suor noturno excessivo, perda de peso, cansaço intenso e aumento do baço. Como o LNH acomete qualquer parte do corpo, os seus indícios dependem da localização e podem ser semelhantes aos de outros problemas de saúde. "Muitas vezes, o único achado inicial é um linfonodo aumentado que não dói. Isso pode atrasar a procura por atendimento médico, já que passa despercebido ou é confundido com algo benigno. É preciso estar atento e procurar acompanhamento diante de sintomas persistentes", orienta o especialista. Diagnóstico e tratamento A detecção dos linfomas depende da realização de alguns exames. O diagnóstico definitivo é sempre realizado pela biópsia, que consiste na retirada de um fragmento do linfonodo suspeito e envio para análise em laboratório. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética ajudam a avaliar a extensão da doença e a localizar novas áreas suspeitas. Outro grande aliado é o PET-CT. "Enquanto a tomografia e a ressonância mostram alterações estruturais do corpo, o PET-CT avalia a atividade metabólica das células, identificando quais áreas estão realmente com doença ativa. Essa informação é essencial para o estadiamento inicial e para definir a melhor estratégia de tratamento", explica o Dr. Luiz Ricardo Peixoto. Em relação ao tratamento, ele destaca que as abordagens variam conforme o tipo e a extensão do quadro. Contudo, no geral, os pacientes são submetidos aos processos de quimioterapia, imunoterapia e radioterapia. "A definição da melhor opção leva em consideração as condições físicas e clínicas dos pacientes", finaliza o radiologista. |
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