Mais de oito mil feirenses têm ajuda específica contra vícios de álcool e drogas

Saúde e Bem EstarFeira de Santana

Mais de oito mil feirenses têm ajuda específica contra vícios de álcool e drogas

O Caps AD ajuda pacientes

Crédito: Divulgação

O uso de drogas vem crescendo cada vez mais. Só basta experimentar a primeira vez por curiosidade que o estrago já está feito. O vício é agravado com o uso excessivo de substâncias, por exemplo álcool, tabaco, maconha, cocaína, ecstasy, heroína, LSD e tantas outras drogas. A partir desse ciclo vicioso nasce a dependência.

Em Feira de Santana, o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) - órgão da Prefeitura - ajuda 8.608 pacientes que fizeram uso de substâncias psicoativas a se libertarem do vício. A unidade, localizada na Rua Paris, n° 41, no bairro Santa Mônica, é referência no tratamento que faz em média 80 atendimentos diários.

De acordo com Mariana Rios, coordenadora do Caps AD, a dependência química é tratável e exige do paciente muita força de vontade. "O tratamento envolve o acompanhamento terapêutico contínuo, que apresenta resultados no longo prazo. O mais importante, no entanto, é entender que o tratamento permite que o usuário mude radicalmente a sua vida".

A história que será contada é real, mas por questões de segurança do personagem, não será informado seu nome completo, apenas as iniciais. A.K.A.L tinha 14 anos quando experimentou um cigarro de maconha pela primeira vez, com a infl uência dos amigos. No começo, ele só consumia em festas com os colegas para se divertir. "Experimentei, mas não me senti muito bem, não gostei da experiência mas mesmo assim continuei fumando. Tinha dias que fumava até quatro baseados, fazia uma sessão com alguns amigos que se trancavam em algum lugar e fumava uma quantidade maior. Quando já era usuário, vi que meu pai também consumia, quando encontrei um pé de maconha na casa dele. Naquele momento tive a impressão que fumar maconha não era nada de mais", conta o jovem.

Essa condição se estendeu até os seus 18 anos, quando em um certo dia, ele preferiu usar algo diferente, uma droga sintética. "Procurei alguém que vendia LSD, mas essa pessoa não tinha. Aí, ele perguntou se eu queria só algo sintético, respondi que sim, então me mostrou a cocaína. Experimentei e vi meu rosto fi car meio anestesiado. Criei uma expectativa com essa droga, mas a realidade foi outra. Naquele momento não fi quei viciado, mas tive a sensação que queria usar novamenete".

A partir daí o jovem iniciou a sua dependência química, a pior parte de sua vida. A.K.A.L começou a comprar com traficantes quantidades que não tinha condições de pagar. Para sustentar o vício, chegou até roubar dinheiro da mãe.

O jovem vivenciou momentos que ficava o dia todo trancado no banheiro cheirando cocaína, sem ter contato com ninguém. A situação ficou ainda mais grave quando se tornou pai. "Chegou um momento que gastava todo meu dinheiro com droga e precisava comprar fralda para meu filho. Quando chegava nesse ponto, mexia muito com meu emocional. Sempre imaginei em dar tudo de melhor para ele, tipo comprar aqueles carros da Hot Wheels, e eu fi cava gastando todo meu dinheiro com cocaína".

O início do tratamento

Preocupado com o crescimento do seu filho de apenas seis meses de idade, A.K.A.L. decidiu dar um novo rumo à sua vida. Com o apoio de sua mãe, que é evangélica, o jovem começou a frequentar a igreja, mas percebeu que esse apoio não era o sufi ciente. Ele foi até o Centro de Atenção Psicossocial Caps AD procurar um atendimento especializado. "Eu sentia que precisava de um acompanhamento de um profi ssional de saúde que já tivesse experiência com esses casos. Procurei por conta própria o Caps que mudou completamente minha vida para melhor. Faço consulta com psicólogos e grupos terapêuticos. Estou há 5 meses sem usar nenhum tipo de droga e me sinto um novo homem.

O recomeço e a esperança de uma vida melhor

Atualmente com 22 anos, A.K.A.L. tem o desejo de concluir o ensino médio para ganhar oportunidades no mercado de trabalho e dar um futuro melhor ao filho. "Estou indo bem na minha recuperação. Este ano quero fazer a prova do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que possibilita a muitas pessoas a oportunidade de concluir os níveis de educação básica. Tenho o sonho de ser eletricista, e vou me dedicar bastante para alcançar este objetivo". 

 

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Segunda, 20 Mai 2024

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