Com o objetivo de intensificar ações e promover a sensibilização da população geral em relação ao HIV, sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), neste mês é realizada a campanha nacional do Dezembro Vermelho, que será também o tema da série especial realizada pelo Jornal Folha do Estado. "Em Feira de Santana, as pessoas mais acometidas com essa enfermidade, são homens heterossexuais de 20 à 39 anos, com ensino médio completo. Mas, a gente faz uma um alerta também para as mulheres, já que vem crescendo o número de mulheres com o diagnóstico, e um alerta também para os idosos", contou Vanessa Sampaio do Centro de Referência IST HIV, AIDS e Hepatites Virais de Feira de Santana.

Considerada uma das grandes pandemias na década de 80 e 90, a AIDS é uma doença que vem sendo monitorada por médicos, governos, organizações de saúde e sociais em todo o mundo. Não é à toa que hoje, cerca de 40 anos depois dos primeiros casos, o pânico gerado sobre a doença é bem menor do que naquela época. Com o conhecimento foi possível transformar a visão e o comportamento de uma sociedade.

Somente com a informação e o conhecimento é possível controlar, gerenciar o medo, e transformá-lo em conhecimento e consequentemente em prevenção. Dados da Unaids, programa das Nações Unidas para pensar soluções e ajudar o combate à doença, mostram que no mundo cerca de 37 milhões de pessoas conviviam com a AIDS em 2020, e que, no mesmo ano, 620 mil óbitos foram registrados devido à ela.

A organização também mostra que desde 1998, ano do auge de novas infecções, até 2020, houve uma redução de novos casos em quase 50%. Essas reduções foram conquistadas através de muita pesquisa no âmbito científico, no desenvolvimento de tratamentos e formas de prevenção.

No entanto, se por um lado, há o aumento dessa sensação de segurança, por outro, não se pode permitir que os cuidados sejam deixados de lado. De acordo com dados do Centro de Referência Municipal, em 2019 foram registrados cerca de 313 casos, em 2020, contabilizados 280 e neste ano, de janeiro até novembro deste ano, foram registrados na cidade 294 casos novos. "Não existe um aumento significativo nem uma diminuição significativa, mesmo no ano de pandemia, com toda a dificuldade de 2020, a gente observou que as pessoas foram realizar os testes, mudamos também a estratégia na testagem porque anteriormente a gente fazia também sorologia convencional que eram 15 para receber o resultado e a partir da pandemia a gente iniciou o trabalho de testagem rápido diagnóstica para todo mundo, onde com 15 minutos o resultado fica pronto, evitando que o paciente fosse fazer uma vez, voltasse e depois tivesse que vir buscar o resultado. Então esse foi o objetivo e a gente percebeu que foi benéfico para o serviço e para o usuário", contou Vanessa Sampaio.

A testagem

Recomenda-se que todas as pessoas sexualmente ativas realizem regularmente testes para a detecção do HIV. Existem testes rápidos feitos sem a necessidade de estrutura laboratorial. Eles são práticos, feitos com uma gota de sangue e o resultado sai em, no máximo, 30 minutos. Com o resultado do teste em mãos, caso a pessoa esteja infectada, o tratamento é iniciado imediatamente, sem custo algum para o paciente.

"Esse ano a gente está falando muito sobre a importância da testagem de diagnóstico precoce. Muitas pessoas vivem com o vírus do HIV e não sabem, então é importante a gente tirar o preconceito que o vírus tem, porque esse preconceito se reflete no ato de fazer a testagem, de conhecer seu status sorológico. É importante que toda a população realize o teste. Diagnóstico precoce é sinônimo de tratamento, é sinônimo de qualidade de vida e quanto antes isso acontecer o paciente pode chegar a uma carga viral indetectável, e esse é o grande objetivo", disse a coordenadora.

Os exames de HIV/AIDS podem ser realizados no Centro de Referência, em horário comercial, de 8h às 18h. Localizado na Rua Geminiano Costa - Centro, no Centro de Saúde Especializado, apelidado pela sociedade de "posto do Tênis". Também pode ser realizado nas unidades básicas de saúde da família.

Como evitar

Outro alerta, é para evitar a doença. A camisinha ainda é o método mais acessível e eficaz para a prevenção do HIV e deve ser utilizada em todas as relações sexuais. Camisinhas femininas e masculinas estão disponíveis gratuitamente nos serviços de saúde para toda a população feirense.