Profissionais apontam sérios riscos de uma gestação tardia

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Profissionais apontam sérios riscos de uma gestação tardia

Gestantes acima dos 45 anos devem redobrar os cuidados no pré-natal 

Crédito: Divulgação

A pós a atriz Cláudia Raia, de 55 anos, anunciar que engravidou de forma natural do terceiro filho o assunto sobre gestação acima dos 45 anos ou gestação tardia, repercutiu em todo país. É chamada de gestação tardia aquela que ocorre após os 35 anos de idade.

Entretanto, especialistas apontam riscos consideravelmente aumentado, com mais de 40 anos, por ser evidente o perigo materno e perinatal quando a gestação ocorre após os 40 anos.

Dra. Andreia de Alencar Costa Rocha, médica obstétrica e diretora médica do Hospital Inácia Pinto Hospital da Mulher, aconselha que as gestantes ou aspirantes, a gestação acima dos 45 anos redobrem os cuidados no pré-natal. "Em relação a idade, o que a literatura evidencia é o que a gente considera extremos da vida reprodutiva. O início é na adolescência e o final da vida reprodutiva, que é quando a mulher está próxima a entrar na Menopausa. Segundo a literatura, essas mulheres que estão no final tem maiores riscos de complicação em relação a partos prematuros, em diminuição do peso fetal (que a gente chama de restrição do peso fetal intrauterino), risco maior de desenvolver diabete gestacional e o risco maior de fazer uma pré-eclâmpsia ou doença hipertensiva gestacional. Sem falar também nos riscos bastante aumentado de alteração cromossômica", explica.

Dra. Andreia de Alencar Costa Rocha aconselha gestantes redobrarem cuidados | Crédito: Mário Sepúlveda

PRÉ-NATAL

A especialista salienta ainda que a única forma de evitar ou tratar complicações na gravidez tardia, é um pré-natal bem feito. "Essa mulher que, pelas próprias estatísticas, tem risco maior de complicações, é imprescindível que ela tenha um acompanhamento pré-natal certo. Isto porque, durante ele é que são detectadas alterações que possam ser corrigidas ou até postergar ao máximo esse parto para não ter um bebê prematuro. Além disso, o acompanhamento possibilita tentar interromper a gestação no momento correto para evitar óbito intrauterino, fazer os exames que devem ser feitos de rastreamento de cromossomopatia, as ultrassonografias morfológicas, todos os recursos que a gente tem", defende.

A obstetra diz ainda que todo foco da gestação acima de 45, resume ao acompanhamento pré-natal, pois ela vai ser orientada a ter cuidados com alimentação, fazer atividade física, uso de medicamentos seguros na gravidez. A médica também defende a ideia do congelamento de óvulos. "O caminho para o sucesso da gravidez é o bom pré-natal! A orientação para mulher que pretende postergar a maternidade é que atente para questão de preservar os óvulos a partir dos 32 anos de idade. Porque, pelo menos, os óvulos que ela preservou serão mais jovens, para no futuro fazer fertilização. E para aquela mulher com idade avançada que decidiu engravidar, que primeiro faça um check-up e cuide da sua saúde", recomenda.

Gilberte Lucas fala que gestantes precisam ter um acompanhamento mais elaborado | Crédito: Mário Sepúlveda/FE

Dirigentes reafirmam necessidades acampamento mais elaborado

A presidente da Fundação Hospitalar, Gilberte Lucas, fala que gestantes com idade avançada na Unidade precisam ter um acompanhamento mais elaborado. "Quanto aos números, com certeza impacta, pois elas já se tornam gestantes de risco. Então precisa ter acompanhamento mais elaborado e também no internamento, a maioria vão fazer cesáreas, passam mais tempo na unidade, a maior parte só tem alta após 72 horas. Em relação as nossas estatísticas, no ano de 2021 tivemos só um óbito materno e foi por hemorragia. Mesmo gestantes acima de 45 anos, que fizer o acompanhamento correto, os exames, a gente pode realizar um parto seguro com equipe multidisciplinar", afirma Gilberte.

Amanda Soares Ginecologista Obstétrica alerta para riscos aos bebês | Crédito: Acervo pessoal

Riscos para o bebê

Amanda Soares Ginecologista Obstétrica fala sobre os riscos para os bebês. "Pacientes com mais de 45 anos, além de ter sua fertilidade reduzida, elas também têm risco genético maior. Então filhos dessas mulheres tem também maiores riscos de más formações fetais, como síndrome de Down, por exemplo. É muito raro uma paciente de 45 anos uma gestação espontânea, sem método de reprodução assistida. A maioria dessas pacientes engravidam ou por método de reprodução assistida ou por uma óvulo doação e isso inclui essa mulher em uma classificação de alto risco", esclarece.

 

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Sábado, 20 Abril 2024

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