Saiba como atuava quadrilha de Feira de Santana que aplicava golpes com anúncios falsos na internet

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Saiba como atuava quadrilha de Feira de Santana que aplicava golpes com anúncios falsos na internet

5 pessoas foram presas nesta segunda-feira (22), dentro de um apartamento em um prédio de alto padrão, localizado no bairro Kalilândia.

Foto: Divulgação/ Polícia Civil

Joias, relógios, perfumes, peças de ouro e roupas eram os produtos utilizados por uma quadrilha em Feira de Santana, há aproximadamente cinco anos, para aplicar golpes através de anúncios em lojas virtuais falsas.

As vítimas, em grande parte atacadistas e pequenos empreendedores de diversos municípios da Bahia e outros estados do Brasil, realizavam a compra das mercadorias, mas após realizarem o pagamento eram bloqueadas pelos criminosos e jamais recebiam as encomendas.

A operação da Polícia Civil que desarticulou a quadrilha foi deflagrada nesta segunda-feira (21), através da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Feira de Santana (DEIC/1ª Coorpin). Cinco pessoas foram presas em flagrante, dentro de um apartamento em um prédio de alto padrão, localizado no bairro Kalilândia, na região central da cidade, cujo aluguel custa em torno de R$ 6 mil mensal.

De acordo com o delegado José Marcos, da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, que acompanhou toda a operação, em entrevista ao repórter Carlos Valadares do jornal Transbrasil, um casal liderava o esquema criminoso, que atuava desde 2020, com o auxílio de outras pessoas. Ele informou, no entanto, que não havia registros de vítimas em Feira de Santana.

"As vítimas eram de outros locais do Brasil. Então não chegava para a gente os B.O.s (Boletins de Ocorrência), as queixas, mas a atividade de inteligência conseguiu detectar que essas ocorrências de outros locais do Brasil partiam daqui de Feira de Santana. Comprovamos realmente que tinha ali recebimento de valores de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, vários locais", afirmou.

No momento da operação, havia seis pessoas atuando dentro do apartamento. Elas estavam fazendo vídeos e fotos das mercadorias utilizadas como chamariz, para postar na internet, além de filmarem caixas de encomendas sendo lacradas com etiquetas contendo os nomes dos compradores, porém as caixas vazias estavam vazias. Um dos suspeitos, porém, alegou que era contratado apenas para fazer as fotos e após prestar os esclarecimentos foi liberado.

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Foto: Divulgação/ Polícia Civil

A investigação

Segundo o delegado José Marcos, a investigação teve início após denúncias de que havia uma movimentação suspeita no imóvel, incompatível com a rotina de moradores.

"Houve uma atividade de inteligência, e as equipes também foram a campo levantar as informações desses imóveis, e percebeu a movimentação suspeita, intensa, incompatível com atividade residencial. Então verificou-se que havia alguma atividade comercial ali. E depois a gente aprofundou e viu que era uma atividade comercial ilícita, para fraudar e aplicar golpes. O poderio financeiro dessa quadrilha era muito grande", detalhou.

A Polícia cumpriu também mandados de busca e apreensão na residência do casal, localizada em um condomínio de luxo no bairro SIM.

Fama de 'vender barato'

Conforme o delegado, além das mercadorias, no imóvel utilizado pela quadrilha foram apreendidos computadores, materiais de escritório, notebooks, onde também uma grande quantidade de caixas vazias. Ele salientou que na própria segunda-feira, dezenas de pedidos foram recebidos, apenas no período da manhã, através dos canais de comunicação da empresa.

"Eles tinham uma alta movimentação e também um viés mais de atender atacadistas, lojistas de outros lugares do Brasil, microempreendedores que estavam começando um negócio. Porque as pessoas do Brasil inteiro enxergam Feira de Santana como um polo de mercadoria barata, então eles usavam um pouco disso também: o nome da cidade como um local de oportunidades, faziam esses anúncios, e as pessoas acreditavam, pagavam e eram bloqueadas."

Por fim, ele acrescentou que os presos nesta operação responderão a inquérito por associação criminosa e estelionato. 

Foto: Divulgação/ Polícia Civil
 

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Quarta, 23 Julho 2025

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