MPF investigará pastor André Valadão por homofobia em culto

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MPF investigará pastor André Valadão por homofobia em culto

Vídeo do pastor repercutiu nas redes sociais nesta segunda, 3 

Crédito: Divulgação

O Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC) instaurou, nesta segunda-feira (3), um procedimento para apurar possível prática de homofobia por parte do pastor André Valadão. O líder religioso disse durante um culto nos Estados Unidos que, se pudesse, "Deus mataria", fazendo alusão à comunidade LGBTQIA+.

O autor do procedimento que apura a prática de homotransfobia é o procurador-regional dos Direitos do Cidadão no Acre, Lucas Costa Almeida Dias.

"Segundo vídeos apresentados em matérias jornalísticas, o investigado usou expressões como: 'Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais', afirma o pastor. 'Ele diz, 'já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso', agora tá com vocês'", diz o MPF.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também enviou uma representação ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) contra o pastor.

Para o religioso, em uma pregação intitulada "teoria da conspiração", o casamento homoafetivo teria supostamente "aberto as portas" para paradas com "homens e mulheres nu com seus órgãos genitais expostos diante de crianças". "Essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal o que a Bíblia já condena", acusa o pastor, em ataque à comunidade LGBT+.

Segundo ele, agora seria "a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, 'já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas já prometi pra mim mesmo que não posso, então agora tá com vocês'", afirma o pastor, fazendo referência à história bíblica do dilúvio, quando o Deus hebraico teria inundado toda a Terra e salvado apenas uma família de fiéis. O arco-irís significa um juramento de que Deus jamais voltaria a destruir tudo dessa forma.

Nesse sentido, o pastor repete: "você não pegou o que eu disse, tá com você. Vou falar de novo, tá com você. Sacode uns quatro do teu lado e fala: 'vamos para cima'".

Em nota, a deputada Erika Hilton, que é presidente da Frente Parlamentar Mista por Cidadania e dos Direitos LGBTI+, afirmou que "o pastor reiteradamente prega violência e intolerância contra pessoas já bastante vulnerabilizadas, mas dessa vez, André Valadão dobrou a aposta e, de maneira direta, disse falou em 'recomeçar do zero', incentivando evangélicos a matarem pessoas da comunidade LGBT". Reiterou, ainda, que "não se trata de liberdade de expressão, e sim de repetidos crimes, agora com evidentes tons de crueldade."

O pastor já sofreu outra representação no MP por transfobia e, como já mostrado pelo Estadão, começou uma campanha dizendo que "Deus odeia o orgulho", em referência ao mês do Orgulho LGBT+, celebrado em junho. "Ah, esse mês é o mês da humilhação", diz o pastor em vídeo vinculado ao post.

Durante a campanha eleitoral de 2022, Valadão também fez ataques contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e simulou ter sido obrigado pelo TSE a se retratar. O tribunal negou existir qualquer sentença nesse sentido.

Correio*

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