Dinheiro esquecido em bancos poderá ser resgatado automaticamente, anuncia BC
O Banco Central anunciou nesta segunda-feira (26) a nova funcionalidade do SVR (Sistema Valores a Receber)
Os cidadãos brasileiros poderão, a partir desta terça (27), pedir resgate automático de dinheiro esquecido em instituições financeiras. O Banco Central anunciou nesta segunda-feira (26) a nova funcionalidade do SVR (Sistema Valores a Receber).
"A partir de agora, a pessoa não precisará entrar no sistema e fazer essa consulta tão frequentemente", afirmou a diretora Izabela Correa (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) na apresentação dos novos serviços. "A gente acredita que esse avanço venha refletir devoluções do futuro."
Antes, era necessário fazer o procedimento manual para cada pedido de resgate. "O propósito é facilitar ainda mais a vida do cidadão, que não precisará consultar o sistema periodicamente nem registrar manualmente a solicitação de cada valor que existe em seu nome", disse o BC em nota.
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A adesão ao serviço de automatização é opcional. Para habilitar a nova função, o usuário deve acessar o SVR com uma conta gov.br de nível prata ou ouro e verificação em duas etapas ativada.
De acordo com o BC, a solicitação automática será exclusiva para pessoas físicas e estará disponível apenas para quem possui chave Pix do tipo CPF (o serviço não funcionará para chave Pix do tipo CNPJ). Quem ainda não possui esse tipo de chave, deve cadastrá-la junto à instituição financeira.
O crédito será feito diretamente pela instituição na conta do cidadão, que não receberá aviso do BC quando algum valor for devolvido.
As instituições financeiras que não aderiram ao termo de devolução via Pix continuarão exigindo solicitação manual. Isso também se aplica nos casos de valores provenientes de contas conjuntas.
Em 2024, foram 73 milhões de consultas públicas do SVR -sendo 48 milhões de consultas negativas e 25 milhões de consultas positivas- e 4,1 milhões de solicitações de devoluções, segundo dados do BC.
Cerca de R$ 9,13 bilhões ainda estão esquecidos em instituições financeiras. Do montante disponível para resgate, R$ 6,9 bilhões pertencem a pessoas físicas e R$ 2,1 bilhões a pessoas jurídicas.
O BC também anunciou que estará disponível, a partir de dezembro, uma nova funcionalidade no sistema Meu BC que permitirá ao cidadão informar que não deseja abrir novas contas (corrente, poupança ou de pagamento) em seu nome. Como mostrou a Folha de S.Paulo, essa é uma das prioridades da agenda regulatória para o biênio 2025-2026.
Segundo a autoridade monetária, o objetivo é evitar a abertura de contas fraudulentas, com identidade falsa, ou a inclusão de um novo titular em contas conjuntas ou de novos responsáveis em contas de pessoas jurídicas (empresas). Das cerca de 770 mil reclamações registradas no BC em 2024, 130 mil foram relativas a contas (não necessariamente sobre fraude em abertura de contas).
"A gente sabe que existe uma série de formas de fraudes e espera que esteja mitigando mais uma dessas formas. Vocês têm acompanhado o esforço do Banco Central, tanto regulatório, como de supervisão e agora de prestação de serviços para prevenir a ocorrência de fraudes e combatê-las", disse Correa.
As instituições financeiras serão obrigadas consultar a base de dados antes da abertura de uma nova conta. As normas preveem o prazo de seis meses para que as instituições e o próprio BC desenvolvam os sistemas necessários ao funcionamento do sistema.
Segundo a diretora, o BC vai monitorar por meio de sua equipe de supervisão se a norma está sendo cumprida. Se for identificado, por exemplo, que uma instituição está driblando deliberadamente a regra, pode ser adotado eventualmente algum tipo de sanção.
O cidadão poderá ativar ou desativar a opção em uma área no sistema Meu BC a qualquer momento e pelo tempo que desejar. O sistema mostrará as ativações e as desativações realizadas, bem como as consultas feitas por instituições financeiras sobre a possibilidade de abertura de novas contas no nome do cliente.
Durante apresentação dos novos serviços financeiros, a diretora do BC também anunciou que serão disponibilizados, em 2026, novos relatórios com informações sobre consórcios, marcação de chaves Pix e open finance -ecossistema que permite o compartilhamento de dados pessoais, bancários e financeiros entre instituições, mediante autorização do cliente.
Segundo o chefe do departamento de Atendimento Institucional do BC, Carlos Eduardo Gomes, a ideia é que o cidadão também possa saber se a sua chave Pix está marcada como "fraudulenta", por exemplo. Hoje, essa marcação fica visível apenas para as instituições. Para saber a tipificação da etiqueta, o usuário deverá entrar em contato diretamente com o banco.
Para melhorar o serviço de atendimento ao cliente, o chatbot (assistente virtual) do BC passará a utilizar, a partir deste ano, inteligência artificial. A data de implementação ainda será definida pela autoridade monetária. Em 2024, foram 59 mil conversas por mês, em média.
"O uso de inteligência artificial é uma solução que tem sido adotada em diversos serviços em toda a administração, no setor público e privado, e a gente também vai trazê-la para aprimorar os serviços que prestamos à sociedade brasileira", disse Correa.
O BC prevê ainda, para 2026, o lançamento de uma nova versão da calculadora do cidadão, criada para ajudar no planejamento financeiro dos brasileiros. De acordo com a diretora, será disponibilizada uma ferramenta mais acessível e mais moderna.
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