Modo ladrão agora vem ativado de fábrica em celulares Android; entenda como a função dificulta roubos

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Modo ladrão agora vem ativado de fábrica em celulares Android; entenda como a função dificulta roubos

A medida é considerada um avanço na segurança digital e física de milhões de brasileiros, segundo especialistas. 

Foto: Freepik

A partir de dezembro, novos celulares Android vendidos no Brasil já saem de fábrica com o chamado modo ladrão ativado. A ferramenta, que começou a ser testada em 2023, busca reduzir furtos — especialmente os cometidos por pessoas em bicicletas e motos — e proteger dados pessoais que frequentemente são usados em golpes e extorsões. A medida é considerada um avanço na segurança digital e física de milhões de brasileiros, segundo especialistas.

De acordo com Anderson Cruz, professor do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas de uma faculdade com unidade em Feira de Santana, o recurso representa uma mudança significativa na estratégia de proteção dos dispositivos: "O modo ladrão foi a forma que o Google encontrou, num primeiro momento, de evitar que aparelhos roubados tenham seus dados vazados e possam ser reutilizados para extorsões ou algo do gênero", explica.

Como o modo ladrão identifica um roubo

A tecnologia utiliza sensores como GPS, acelerômetro e mecanismos de inteligência artificial para detectar movimentações bruscas. O objetivo é reconhecer quando o celular é arrancado da mão do usuário — situação comum em grandes centros urbanos. "Ele verifica se houve um movimento abrupto, como quando alguém tira o telefone da mão da vítima e continua correndo, pedalando ou fugindo. A partir desse entendimento, o aparelho é automaticamente bloqueado", detalha Cruz.

Uma das funções mais importantes é impedir que o ladrão desligue o aparelho ou a conexão com a internet. Sem autenticação via senha, PIN ou digital, nada pode ser desativado — uma vantagem que dá tempo para que o proprietário faça o bloqueio remoto.

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Bloqueio pelo número do telefone: a grande novidade

Antes, bloquear o dispositivo dependia do acesso à conta Google — algo que muitos usuários não lembram na hora do crime, seja pelo nervosismo ou pelo uso de gerenciadores de senha. Agora, o processo pode ser feito com o número do telefone. "O principal diferencial é que hoje consigo bloquear o aparelho mesmo que não tenha uma conta associada. Em situações de roubo, o usuário pode estar nervoso e não lembrar senhas. Com o modo ladrão, o bloqueio remoto se torna muito mais acessível", afirma o professor.

Limitações e requisitos técnicos

O modo ladrão só funciona a partir do Android 10. Por isso, Cruz orienta os usuários a verificarem a versão do sistema e manterem o dispositivo atualizado para garantir acesso à funcionalidade.

Outro alerta importante é que o bloqueio remoto depende de o aparelho permanecer ligado e conectado. Se o celular estiver sem bateria, não haverá como acionar o recurso.

Apesar da nova proteção, especialistas alertam que as medidas tradicionais não devem ser abandonadas. Cruz reforça: "É essencial manter os dados móveis ativados, evitar usar o aparelho em locais muito movimentados e garantir bateria suficiente. Quanto mais tempo o aparelho permanecer ligado após o furto, maior a chance de bloqueio eficaz."

Impacto social e próximos passos

O Brasil está entre os países com maiores índices de roubos de celulares, e o uso de dados pessoais para golpes se tornou um dos principais motivos de preocupação das autoridades. A ativação do modo ladrão de fábrica é vista como mais um passo no esforço de reduzir furtos e enfraquecer o mercado ilegal de aparelhos.

Para os especialistas, a tendência é que tecnologias semelhantes sejam incorporadas também por outros fabricantes e sistemas operacionais, ampliando a proteção em escala nacional. As orientações de segurança, no entanto, continuam fundamentais para reduzir riscos no dia a dia.



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Sexta, 05 Dezembro 2025

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