Os mais antigos vão se lembrar dela como Remédio da Gameleira, outros como Ipuaçu, e os mais novos como Distrito Governador João Durval Carneiro. Na Zona Oeste da Região Metropolitana de Feira de Santana, para acessar a localidade é preciso seguir pela BR-116 Sul. Seu primeiro nome de batismo, bem diferente dos outros dois aqui citados, teve um motivo específico e interessante.

Há mais de cem anos, era comum que nas margens do Rio Jacuípe existissem árvores de gameleira, e como forma de homenagem e lembrança, assim foi o nome escolhido. Em 1938, passou então a ser chamada de Ipuaçu, em alusão as tribos indígenas que ainda residiam em aldeias nas redondezas, já que o termo tem ligação com a língua tupi guarani.

Anos depois, em 1983, passa a ser chama- da de Governador João Durval Carneiro, político que foi prefeito da cidade de Feira de Santana e nascido no distrito. O Santuário de Santa Luzia, existente desde 1656 na comunidade, tem uma história curiosa, e contada pelos moradores mais antigos. Segundo eles, a igreja foi fundada após a aparição da imagem da Santa no Rio Jacuípe. No dia 13 de dezembro, romeiros participam das celebrações e fazem suas preces, pois para estes fiéis, ela é a protetora da visão. Com fé e espiritualidade, eles fazem promessas, deixam  foto de seus olhos e mensagens para Santa Luzia. 

Falar sobre lá é também destacar a importância da localidade para os pescadores e agricultores. Devido seu cenário de caatinga, o distrito de Governador João Durval Carneiro tem um solo apropriado para plantação de horticultura, frutas e legumes. Também tem uma boa extensão para pescaria. Jurandy Carvalho, que é morador da região, acredita que este tipo de serviço pode ser mais valorizado, trazendo como diferencial o entretenimento com responsabilidade ambiental. Para ele, é possível fazer com que aconteça campeonatos de pesca e competições náuticas no território. 

Como referência cultural, ainda existem as variedades de artesanatos produzidos por lá, por exemplo, as bonecas confeccionadas à mão, esculturas e trançados, que são comercializados em grande volume nas lojas do centro de Feira de Santana e outras cidades que se identificam com as características do homem sertanejo.